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WOM Reviews – Concede / Shackles / Benediction / Descend To Acheron / Azarath / Huoripukki / Cibola / Bloodtomb

WOM Reviews – Concede / Shackles / Benediction / Descend To Acheron / Azarath / Huoripukki / Cibola / Bloodtomb

Concede – “Indoctrinate”

2020 – Petrichor

Da Austrália chega-nos o demónio da Tazmânia. Ok, ok, eu sei que esta afirmação está errada em vários níveis mas é apenas para que se tenha noção do nível de jarda que temos aqui. É um álbum de estreia por parte deste duo que nos fazem lembrar um outro duo onde temos alguém responsável por todos os instrumentos, neste caso Jay Huxtable (e que também dá uma perninha na voz) e Peter Emms na voz (que deve ter precisado de cuidados intensivos após a gravação. Não só “Indoctrinate” é barulhento, cheio de feedback como também um grindcore/power violence viciante ao qual não conseguimos parar de ouvir. São quinze temas cuspidos em pouco mais de vinte e dois minutos. Algo que é algo frustrante, confesso mas que o botão repeat ajuda muito bem. Também é importante notar que mais do que os vinte e dois minutos referidos atrás é algo que poderá por em risco a integridade física do ouvinte e, sobretudo, daqueles que estão em seu redor. A espiral de violência poderá ser impossível de conter.

9/10
Fernando Ferreira

Benediction – “Scriptures”

2020 – Nuclear Blast

A última vez que fiquei viciado num disco dos Benedictions foi há vinte e dois anos atrás, com “Grind Bastard”, precisamente o último álbum a contar com Dave Ingram, que cedeu o lugar a Dave Hunt – que fez um excelente trabalho, diga-se de passagem. “Scriptures” marca então o regresso do vocalista britânico a um posto que conhece muito bem. Curiosamente, e comparando com o já referido álbum de 1998, este “Scriptures” soa bem mais old school, com uma produção que tem uma aura vintage – apesar de moderna – bem mais que o som cheio de “Grind Bastard”. Mas são as músicas, estas músicas que nos trazem aquele poder característico do death metal britânico que são o verdadeiro trunfo da banda que  já tem o seu nome inscrito nos clássicos do death metal europeu. Doze anos de silêncio que foram quebrados da melhor forma.

9/10
Fernando Ferreira

Shackles – “Hatred’s Reservoir”

2020 – Resist Records

Bruto e feio. Desagradável. Basicamente “Hatred’s Reservoir” é 2020 sob o efeito de esteróides. E zangado, que vem direito a nós com vontade de nos foder o cabedal, algo que o faz sem grande esforço e até nem grande satisfação porque é assim tão insignificantes que somos para eles. Tudo isto em pouco mais de vinte minutos, que nos passam por cima como se fosse um tufão com pressa de ir para casa. Em relação ao som em si e à produção, a questão que fica é… será possível ser frio e impessoal e ao mesmo tempo orgânico? Sim, é uma forma de descrever o som dos Shackles. Ou de descrever a coça que se leva em menos de meia hora. Aliás, basta o tema-título a abrir para ficarmos logo K.O..

9/10
Fernando Ferreira

Descend To Acheron – “The Transience Of Flesh

2020 – Petrichor

Da Austrália, Descend Of Acheron, que é o mesmo que dizer death metal blasfemo e de grande qualidade. EP inaugural da sua discografia mas que deixa um excelente gosto no ar. Seja pela produção cheia, seja pela união da velha e nova escola do death metal assim como também pela melodia que surge de forma moderada e com solos bem conseguidos. É uma excelente primeira impressão. Esperemos por mais.

8.5/10
Fernando Ferreira

Azarath – “Saint Desecration”

2020 – Agonia Records

Com história desde 1998, os Azarath são uma banda de death metal polaca que agora lança o seu sétimo álbum: Saint Desecration. Bem, a mistura da polónia e death metal não é propriamente novidade a ninguém, contudo, neste caso, as semelhanças a Behemoth são gritantes em várias das faixas deste último projeto (notando-se aqui que não estou apontando crítica). O estilo da banda é verdadeiramente diabólico com os típicos encantamentos de black metal frequentes e com a presença do satanismo/anticristianismo frequente. Apesar das parecenças com os seus conterrâneos, não se pode acusar a banda de falta de originalidade visto que no seu peso a mesma também arrasta bastantes elementos apenas seus (“Let Them Burn” é um bom exemplo disto). Concluindo, é um daqueles álbuns de peso extremo que ou gostamos de vez em quando ou gostamos constantemente devido à sua intensidade.

8/10
Matias Melim

Huoripukki – “Lopun Airuet“

2020 – Fallen Temple

Os finlandeses Huoripukki quebram o silêncio de dois anos com dois temas num 7” que demonstra o seu amor incondicional ao death metal cavernoso da década de noventa. Algo que os finlanseses sempre fizeram bem e estes em particular são especialistas. O underground tem espaço para este tipo de nostalgia e os Huoripukki aproveitam e valorizam bem o seu espaço.

7/10 
Fernando Ferreira

Cibola – “Downfall”

2020 – Edição de Autor

Nada mais do que uma “cebolada” de thrash, death, black e grindcore com muito destaque nas guitarras que cobrem este prato como molho espesso. Quatro temas mais baseados na vertente black do que os outros mencionados. Guitarras a dar é bom mas este trabalho exagera, mas sendo de curta duração, ouve-se. Chegou, partiu e deixou os ouvidos a zumbir.

6.5/10
Fernando Monteiro

Bloodtomb – “The Cavernous Ritual Temple”

2020 – Fallen Temple

Quando temos um álbum de estreia por parte de uma banda que já tem alguns lançamentos como demos e EPs, espera-se algo já desenvolvido. Embora os Bloodtomb já tenham até um álbum ao vivo, nitidamente não nos parecem estar prontos para um álbum. Talvez sejam as minhas expectativas que estejam muito altas mas o que se ouve aqui não impressiona. Pelo menos não pela positiva. Apesar da banda já não ser a one-man band do início, claramente parece que é um trabalho onde só se tem uma guitarra, com linhas pouco memoráveis, em cima de uma guitarra e uma voz que apesar de estarem afogadas na mistura, também não revelam ter nada que mereça estar mais alto. Um lançamento próprio do underground, é certo, mas que carece da qualidade que hoje em dia é bem mais superior do que se pode ouvir aqui.

4/10
Fernando Ferreira

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