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WOM Reviews – Dark Zodiak / S.D.I. / Detritus / Inflabitan / Scars / Warpath / Serrated

WOM Reviews – Dark Zodiak / S.D.I. / Detritus / Inflabitan / Scars / Warpath / Serrated

Dark Zodiak – “Ophiuchus”

2021 – Edição de Autor

Potência. A rodos. É o que os Dark Zodiak têm para oferecer. Um death/thrash metal bem poderoso e que os coloca em caminhos mais tradicionais, sem grande recurso ao groove. Algo que até forma é nostálgico – não creio que seja esse o objectivo da banda. Os temas são apoiados no poder dos riffs – poder ampliado pela produção forte e bem orgânica – e é fácil ficar-se preso a todos estes elementos metálicos convergirem da melhor forma. Não conhecendo a banda, fiquei com vontade de ouvir o que está para trás e tenho a crença de que para quem perdeu o encanto com o death metal que esta poderá ser uma forma de recuperar o gosto pelas coisas boas da vida.

8.5/10
Fernando Ferreira

S.D.I. – “Sign Of The Wicked”

1988 / 2020 – MDD Records

Tem sido um processo interessante descobrir os S.D.I. desde que soubemos que eles iam ao Vagos. Depois do álbum de originais que lançaram em 2020, no final do ano reeditaram este “Sign Of The Wicked” que é surpreendentemente bom. E memorável. Curiosamente faz lembrar os primórdios dos Running Wild caso estes tocassem mais thrash e menos heavy. Diversão metálica como aquela que parecia estar confinada à década de oitenta – tenho que confessar que este trabalho é bem superior ao regresso da banda no ano passado. Não é perfeito, até porque aqui uns temas a marcar o passo e a encher chouriços, mas no geral é sólido e clássico. Uma pequena pérola.

8.5/10
Fernando Ferreira

Detritus – “Myths”

2021 – Embro Industries

Boa surpresa o regresso dos britânicos Detritus, que lançaram dois álbuns na década de noventa – quando a música pesada ainda era viável para as editoras – e depois desapareceram sem grande aviso. Parece que regressaram em 2019 (duas décadas depois de terem surgido) e o regresso agora fica materializado através de “Myths”, o terceiro álbum que parece querer ir muito além do thrash metal. Parece querer ir e vai, para terrenos mais progressivos que dotam este regresso de mais interesse ainda do que aquele que se julgaria à partida. Duvido que os velhos fãs – os que ainda resistirem – vão ficar impressionados com estea nova sonoridade, mais moderna e emocional, mas devo dizer que dando a devida chance, não vão ficar desiludidos.

8/10
Fernando Ferreira

Inflabitan – “Intrinsic”

2021 – Soulseller Records

O nome da banda não me dizia nada, o nome do título também não mas o comunicado de imprensa refere que “Intrinsic” é o nome do álbum de estreia da one-man norueguesa Inflabitan, que é também o nome (artístico) do homem por trás disto tudo. Bem, não será uma verdadeira one-man band já que além de Inflabitan, também contou com Agressor (dos Aura Noir, Ved Buens Ende) na bateria. Depois de duas demos lançadas, Inflabitan lançou-se para a digressão com os Dodheimsgard algures em 1999 e este projecto foi colocado no gelo. Agora, passados todos estes anos, temos finalmente a estreia onde o músico norueguês faz novamente tudo e conta com AntiChristian (dos Beaten To Death e Nattverd entre muitas outras bandas) na bateria para apresentar um álbum que vai muito mais além do espectro do black metal. As guitarras têm uma vida que poderiam aparecer num álbum de thrash metal progressivo sem problema assim como algumas das melodias. A voz de Inflabitan é sem dúvida o grande calcanhar de Aquiles, precisando de um pouco de mais dinâmica e variação para que não se torne ao longo do trabalho demasiado previsível. No entanto, no geral, esta é uma estreia recomendada.

8/10
Fernando Ferreira

Scars – “Devilgod Alliance”

2008 / 2020 – Edição de Autor

Continuando na senda do passado dos thrash Scars, temos aqui o primeiro álbum de originais, a reedição digital que a banda lançou doze anos após o lançamento. Conseguimos apreciar uma evolução no seu som, principalmente a nível instrumental, já que a voz mantém-se mais ou menos no mesmo registo. Apesar da intensidade constante (pausada apenas pelo breve interlúdio “Five Minutes Before Darkness”) e da sua unidimensionalidade, não deixa de ser um trabalho interessante revisitar. Obviamente que o requesito é ser thrasher inveterado.

7/10
Fernando Ferreira

Scars – “Predatory”

2020 – Brutal Records

Thraaaaaaaaash! Devo confessar que o primeiro álbum dos Scars não me encheu as medidas, apesar de não ser um mau trabalho – longe disso. Mas é aquii em Predatory que as coisas começaram a ficar realmente interessantes. Continuamos a ter thrash metal unidimensional – o que não é mau na partir do momento em que se gosta de thrash metal, obviamente – mas a dinâmica é superior em todos os aspectos, voz incluída. Um álbum que traz entusiasmo pelo estilo e pelas músicas incluídas. Agora sim, dá gosto gritar thraaaaaaaash!

8/10 
Fernando Ferreira

Warpath – “Innocence Lost – 30 Years Of Warpath”

2020 – Massacre Records

Os Warpath nunca chegaram a ser um dos grandes do thrash teutónico mas isso não deixa de ser razão para não se comemorar três décadas de carreira (ainda que tenham feito um interregno pelo meio). Temos uma série de temas remasterizado, um tema novo (“Innocence Lost”) e uma cover dos Venom, “Black Metal”, com a participação de Cronos (dos Venom, claro) e Sabina Classen (dos Holy Moses). O foco dos temas escolhidos está nos trabalhos mais recentes e como um todo é uma boa compilação de apresentação da banda aos novos fãs. Não impressiona mas para quem gosta de thrash metal bruto e agressivo, poderá ser uma boa porta de entrada.

7/10
Fernando Ferreira

Serrated – “Sifting Through the Remnants”

2020 – Blood And Brutality Records

Os Serrated já andam nesta vida desde finais do século passado mas ainda não foi desta que apresentaram um álbum de estreia. Segundo EP, com cinco temas de thrash movido a groove sem grandes novidades exceptuando pelo primeiro tema, “Attributes Of Aggression” que consegue sacar uma melodia lead muito interessante. Não é que os restantes temas também não tenham os seus detalhes dignos de nota. Apenas não marcam e não demonstram algo que nos faça ferver o sangue – o tema-título, instrumental, também está acima da média. Bons apontamentos, algumas boas indicações seja quando se voltam para o lado mais punk, seja quando optam por algo mais elaborado, mas espera-se mais para ficarmos com o nome gravado na pele.

6.5/10
Fernando Ferreira

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