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WOM Reviews – Dharma / Six String Slaughter / Abominable Devourment / Eclipser / Conjureth / Sexmag / Betrayme / Tyrannus

WOM Reviews – Dharma / Six String Slaughter / Abominable Devourment / Eclipser / Conjureth / Sexmag / Betrayme / Tyrannus

Dharma – “Bhaisajyaguru”

2021 – Edição de Autor

Death metal budista, parece ser um rótulo tão parvo como outro qualquer não parece? Mas é a melhor descrição que se pode fazer aos Dharma, banda de Taiwan que tem como grande foco lírico a sua crença religiosa. Fazendo uma comparação parva, já que estamos no registo, o impacto ao ouvir este trabalho pela primeira vez foi o mesmo que tive quando ouvi Nile pela primeira vez (com as devidas distâncias até porque os Dharma são bem mais melódicos): soa bem e é refrescante. E sim, é apenas death metal com qualquer outra coisa exótica em cima mas as canções estão idealizadas de tal forma bem que resulta e flui naturalmente e não apenas “vamos juntar estas coisas díspares que ninguém fez antes (mais ou menos) só para ser diferente. Aqui a componente extra surge na forma de algumas melodias e coros majestosos que conseguem facilmente cativar qualquer fã de música extrema com componentes melódicas. Excelente surpresa.

9/10
Fernando Ferreira

Six String Slaughter – “As The Continents Collide”

2021 – Edição De Autor

Sete anos de espera pelo segundo álbum dos dinamarqueses Six String Slaughter mas valeu bem a pena. “As The Continents Collide” é um daqueles petardos death metal que dá gosto encarar. Poderoso, melódico, produção forte (muito forte) mas ainda orgânica o suficiente para se sentir que é tocado por humanos e claro, malhas que fazem bom uso de todos estes elementos para deixar uma boa marca. Se me perguntam sobre a forma ideal para o death metal existir hoje em dia, com um pouco de todos os mundos, o melhor de todos os mundos, então terei que referir que é esta fórmula a ideal. Agressivo, técnico q.b. mas ao mesmo tempo dinâmico, um excelente álbum.

9/10
Fernando Ferreira

Abominable Devourment – “Gobbling Peculiarity On Unanimously Deformation Of The Gory Monstrouslamorphous”

2021 – Brutal Mind Media

Esta estreia dos indonésios Abominable Devourment apresenta vários desafios. Para além de entender o título pelo logo ou de encaixar o título na capa numa só linha, também traz o desafio ao ouvinte do mesmo não se perder nos lugares comuns do brutal death metal/slam. A questão é que para quem consome esta sonoridade, todas estas questãos fazem parte do pacote, um pacote que se antecipa com essas mesmas condições. Dentro dessas expectativas, é uma estreia que faz um brilharete, apresentando uma boa produção e até algumas surpresas como o solo na “Bitch Killing Time”. Estreia valorosa e espaço para surpreender ainda mais no futuro.

8/10
Fernando Ferreira

Eclipser – “Pages”

2021 – Wormholedeath

Não se pode considerar que os Eclipser sejam uma banda que toque black metal puro, mas a pureza também está demasiado valorizada. Prefiro um identidade (minimamente) original a algo puro que se limita a ser uma cópia daquilo que já foi feito muitas vezes. Juntando o poder destrutivo do death metal à dissonância faz com que se tenha um ambiente único, ao que se juntando a alguma sobriedade faz com que se tenha uma proposta refrescante. E intensa. Este aspecto será o mais importante. São cinco temas e apenas um deles ultrapassa a marca dos quatro minutos. Curto mas brutalmente directo, deixa uma óptima primeira impressão mas quem está a ser introduzido ao seu som.

8/10
Fernando Ferreira

Conjureth – “Majestic Dissolve”

2021 – Memento Mori

Ninguém diria ao ouvir os norte-americanos Conjureth e este “Majestic Dissolve”, que estaríamos perante um álbum de estreia de uma banda em 2021. Não é nada de extraordinariamente estranho hoje em dia, já que tanto rock e no metal, é comum a nostalgia ser uma arma forte. O que é surpreendente é como a banda consegue ir buscar um feeling muito mais europeu do que norte-americano. E por europeu, não me refiro a algo sueco. Ali um equilíbrio entre o som holandês e o inglês. Não temos um conjunto de temas muito memorável no entanto a segurança e a garra que demonstram ser faz com que seja facilmente um conjunto de canções aos quais se volta com facilidade. Boa estreia.

7.5/10
Fernando Ferreira

Sexmag – “Sex Metal”

2021 – Dying Victims Productions

Porque é que um título destes por parte de uma banda com este nome se espera um thrash metal javardolas e primitivo? Para ser mais correcto, um death/thrash metal javardolas e primitivo. Sim, há bastante azo para haver lugares comuns com fartura e o feeling geral é bastante próximo dos Death, ali entre o “Scream Bloody Gore” e o “Leprosy”. A voz não é tão memorável – aliás, parece passar por algumas dificuldades ao manter um registo que, quando resulta, até é impressionante. Por outro lado, musicalmente falando, a coisa pia de outra maneira ainda que a produção seja precária – o que dá também outro valor à coisa. Os polacos não impressionam demasiado mas deixam a atenção sensibilizada para quem gosta de música extrema mais primitiva ou que pelo menos apela às suas origens.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Betrayme – “Níhil Óbstat”

2021 – Lethal Scissor

O primeiro tema deste EP poderá levar ao engano. “Waltz To The Death” poderá parecer mais próprio de um disco de black metal melódico do que propriamente de uma banda como os Betrayme, que apesar de blasfema, assentam muito mais no death metal. Brutalidade bem acima da média assim como também alguma atenção com alguns pormenores mais tradicionais como os solos e os leads. Aqui e ali temos algumas indicações dos clássicos como Morbid Angel mas a banda consegue estabelecer alguma identidade própria. Death/black metal sem grandes novidades mas que também não compromete e não deixa de ser competente.

6.5/10
Fernando Ferreira

Tyrannus – “It Taketh”

2021 – Edição de Autor

Tyrannus é um duo escocês que gosta da abordagem mais primitiva ao death/black metal. Aquela que não se sabe muito bem onde é que começa uma e acaba a outra. Com uns valores de produção típicamente caseiros, não restam muitos destaques, sendo que a outro final, com cerca de dois minutos e com uma atmosfera meio ambient deixou o apetite aberto para algo mais. Sendo essa sensação de que há algo que ficou por dizer, vamos dar o benefício da dúvida.

5/10
Fernando Ferreira

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