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WOM Reviews – Door 964 / Fellowcraft / Sölar / Wax Mekanix / Fourth Son South / Overhead / Buffalo Ruffus / Blue Hour Ghosts

WOM Reviews – Door 964 / Fellowcraft / Sölar / Wax Mekanix / Fourth Son South / Overhead / Buffalo Ruffus / Blue Hour Ghosts

Door 964 – “C.O.T.D.”

2021 – Soundmix Oy

Esta banda é nova, vinda da Finlândia mas o som que nos chega não é novo. Não é novo mas é apresentado com uma frescura fantástica. Temos um hard rock/AOR raçudo e com o olho (ou ouvido) para os grandes refrões. E consegue fazê-lo sem ter momentos azeiteiros – claro que quem não gostar do estilo vai considerar que tudo o que está aqui é azeiteiro, mas essa já é outra questão. Bom gosto nos temas, excelentes guitarradas (e muitos bons solos) e um álbum capaz de agradar a todos os que têm saudades dos tempos em que o rock dominava as atenções do mundo.

9/10
Fernando Ferreira

Fellowcraft – “This Is Where You’ll Find Me”

2021 – Edição De Autor

Primeira coisa importante a referir. Estes norte-americanos dão-lhe no rock. E dão-lhe bem. Podemos pensar no stoner, até porque a capa convida a isso, e até o tom de guitarra poderia antecipar isso, mas os Fellowcraft vão para lá do stoner. Não conseguimos que esse rótulo lhes encaixe naturalmente. Tal como o do “clássico” ou “alternativo” não os define por completo. Talvez tudo junto ou talvez apenas rock. Uma certa calma, uma certa tranquilidade, de como quem vive aparte de toda esta azáfama de vida digital em que estamos todos confinados. Como se houvesse todo um mundo para além de todas as preocupações que vivemos. E há, não é fácil é libertar-nos dele. A não ser através de trabalhos assim. Um grande álbum rock, à antiga, que nós, “modernos” estamos a precisar (e muito) de ouvir e absorver.

9/10
Fernando Ferreira

Sölar – “Rompiendo Esquemas”

2021 – Clifford Records

Não deixo de sentir admiração pelos nossos vizinhos espanhóis insistirem em cantar na sua própria língua. Um exemplo sem dúvida – mas que também tem a ver com questões culturais e bastante enraizadas. Os Sölar fazem-nos de forma bastante distinta. Contrastando com o peso das guitarras quase metal, temos melodias vocais que trazem uma dose de melodia acrescida, não sendo alheio também o facto de termos, pelo menos, duas pistas de voz em harmonia. Esta dicotomia causa estranheza mas também é um dos pontos de caracterização mais eficaz. Temas como “No Tienes Nada Que Hacer” e “Reyes” são bastante fortes neste sentido. Foi uma boa apresentação ao som da banda e um bom álbum de rock moderno a mostrar que, sim, é possível ainda fazer rock moderno. De excelente qualidade. E cantado noutra língua que não o inglês.

8/10
Fernando Ferreira

Wax Mekanix – “Mobocracy”

2020 – Electric Talon

Wax Mekanix é a encarnação a solo de Waxim Mekanix (deve ser nome artístico) um dos membros fundadores dos norte-americanos Nitro e aqui temos uma estreia bem interessante onde o rock surge das mais variadas vertentes. Rock a puxar ao clássico nas suas melodias, a puxar ao moderno na sua forma mas que soa sempre bem. É difícil ficar indiferente a estes temas já que os mesmos encaixam mesmo bem naquilo que procuramos – música que seja cativante mas que não desvaneça rapidamente do nosso défice de atenção. Gostei e recomendo.

8/10
Fernando Ferreira

Fourth Son South – “The Sounds Around Your Head”

2020 – Edição de Autor

Som descomprometido, que traz boa onda – numa altura em que mais precisamos dela. O funk é um dos elementos mas também temos rock clássico, uma pitada (muito pequena de blues), ou seja, uma vasta abrangência de géneros que resultam bem em conjunto. Nem sempre é harmonioso, principalmente a voz de Peter Toussaint, que tem um timbre que não acho particularmente apelativo. Por outro lado, já a sua guitarra (solo) sempre que entra em acção rouba a atenção por completo. O saldo acaba por ser positivo, e onde contribui para isso também uma fantástica versão dos Beatles, “Come Together” (com direito a mais um grande solo de guitarra. Estreia descomprometida mas com um potencial imenso.

7.5/10
Fernando Ferreira

Overhead – “Na Madrugada de Bar Em Bar”

2018 –Edição de Autor

Sonzão rock e blues, e ainda por cima cantado em português. Os brasileiros Overhead têm um som simples e honesto mas muito capaz de entusiasmar para quem gosta do bom e velho rock. A produção é moderna mas aquilo que temos são mesmo as raízes rock, apresentadas de forma refrescante. Não soa retro mas também não soa moderno – apesar  de ter uma produção moderna mantém o foco naquilo que gostamos como já disse – e é um excelente trabalho do início ao fim. Fazem faltas bandas destas no rock de hoje em dia. Sem pretensões, a não ser de rockar fortemente.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Buffalo Ruffus – “A Ilusão da Segurança”

2021 – Edição de Autor

O rock cantado em português há-de ter sempre um destaque nestas páginas, mesmo que seja português com sotaque dos nossos irmãos do outro lado do Atlântico. Esta bonita capa contrasta com a produção crua que podemos encontrar em “A Ilusão da Segurança”. Crua mas que não lhe retira o mérito nem a versatilidade. Não é, ainda assim, um disco atrativo ao ouvido mas que ganha força quando se atentar às letras e na poderosa mensagem de crítica que transporta. Uma mensagem que é válida (acredito) tanto no Brasil como é aqui em Portugal. Desejava ouvir mais dos Buffalo Ruffus e de preferência com uma produção que fizesse justiça ao seu talento. Ainda assim, uma boa estreia.

7/10
Fernando Ferreira

Blue Hour Ghosts – “Due”

2021 – Rockshots Records

Gosto dos álbuns que me deixam na dúvida. Não na dúvida entre gostar ou não – esses dão gozo mas trazem também uma angústia por saber que a opinião poderá (e irá) provavelmente mudar no futuro – mas a dúvida em saber em que sítio os irei encaixar mentalmente. No caso de “Due” a dúvida é entre um rock FM ou um hard rock moderno. Seja como for, é infeccioso e eficaz, apresentando apenas a questão da permanência – os malefícios de algumas coisas infecciosas, infectam forte mas nem sempre tem força para continuar o seu trabalho. Se não tenho dúvidas de que gostei deste trabalho a cada audição que lhe dediquei, também não tenho dúvidas em admitir que o mesmo não ficou muito tempo após a música ter deixado de soar. Confiram por vocês próprios.

6/10
Fernando Ferreira

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