Review

WOM Reviews – Lock Up / Massive Charge / Crucifixion Br / Grave

WOM Reviews – Lock Up / Massive Charge / Crucifixion Br / Grave

Lock Up – “The Dregs Of Hades”

2021 – Listenable

Seguindo o rasto de destruição deixado pelos irredutíveis Napalm Death em 2020 com o formidável ‘Throes Of Joy In The Jaws Of Defeatism’ os Lock Up regressam em 2021 com a clara intenção de reatarem esse ímpeto destrutivo. Quatro anos depois do extraordinário ‘Demonization’ os Lock Up estão de volta com ‘The Dregs Of Hades’ e se ainda alguém tinha dúvidas sobre o seu voraz apetite por velocidade e violência este verdadeiro compacto de visceral raiva contida numa pujante, abrasiva, demolidora e imparável onda de Grindcore regado com influências do mais intratável Death Metal, temas como ‘Misdirection Thief’, ‘Dead Legions’, ‘Reign On In Hell’  ou ‘The Dregs of Hades’ dizimam por completo até a mais resistente dessas dúvidas. Um último destaque para a capacidade dos Lock Up manterem este invejável e entusiástico dinamismo apesar de terem perdido o carismático baterista Nick Barker (Cradle Of Filth, Dimmu Borgir), contando para isso com a sua adequada substituição por Adam Jarvis (Misery Index, Pig Destroyer) juntamente com a surpreendente e perspicaz inclusão do lendário vocalista Tomas Lindberg (At The Gates).

8.5/10
Jorge Pereira

Massive Charge – “For Those We Hate“

2021 – M.U.S.I.C. Records

Qual é o apelo do Grindcore? Parece tarefa impossível explicar a quem não for particularmente fã mas para quem gosta de música extrema na vertente death metal, o grindcore é apenas um pulinho que se dá muito gosto. Principalmente, e esta parte é muito importante, quando temos bandas que o fazem de forma particularmente irresístivel. Os Massive Charge são uma das escolhidas para pertencer ao lote. “For Those We Hate” destila e despeja raiva em cima do ouvinte, uma raiva que não lhe é exclusiva. Esta é uma excelente forma de exorcizar demóniios, frustrações ou neuras, é o veículo perfeito para deitar cá para fora tudo aquilo que nem sabemos que temos cá dentro. E mesmo não tendo o impacto que o concerto tem – haverá melhor ocasião para descarregar energia? – este disco tem potência suficiente para deitar um prédio abaixo. À primeira. “Para aqueles que odiamos”, tomem lá disto que até os vossos antepassados vão sentir nas tumbas.

9/10
Fernando Ferreira

Crucifixion Br – “Human Decay”

2021 – Shinigami 

É engraçado reparar para cada nome menos bom que encontramos, a música tende a ser fantástica. E não é que o nome Crucifixion seja propriamente mau – tanto não é que há quinhentas bandas a usar a mesma designação – no entanto fazer a distinção por acrescentar um Br (indicando o país, neste caso Brasil) é algo que não me convence por completo. O que não tem problema nenhum a convencer-me é mesmo a música, com um death metal blasfemo de alto gabarito que espalha bom gosto quer na porrada assim como no excelente trabalho de guitarra que vão mostrando ao longo destes quase cinquenta minutos. Inclusive esse excelente trabalho permite-lhes embarcar com sucesso para faixas com duração acima da média. Um segundo álbum que evidencia também uma boa evolução. Bom trabalho.

8/10
Fernando Ferreira

Grave – “Hating Life”

1996/2021 – MDD Records

Não será surpresa nenhuma para acompanha a banda há algum tempo de que este foi um dos períodos menos bem conseguidos por parte dos suecos. Após uma estreia que é um clássico – e ainda uma pedra basilar na carreira da banda – houve uma tentativa de tendar de alguma forma ir ao encontro dos gostos do público, por algo mais groove, mais moderno. Uma tentativa que não foi sucedida porque quem queria mais groove e algo mais moderno não procurava por isto e também porque o conjunto de temas aqui contidos não são propriamente memoráveis. A produção é estranha, crua e descaracterizadora do que se espera de death metal sueco. As vocalizações também são uma sombra do que deveria ser. Reeditar este álbum, do ponto de vista da estratégia da editora deverá apenas servir para repor stock (Grave é sempre um nome interessante) do que propriamente por ser algo que o público queira ou precise de ouvir.

4/10
Fernando Ferreira

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