Review

WOM Reviews – Nocturna / Winterage / Voices / Dark Shadows

Nocturna – “Daughters Of The Night”

2022 – Scarlet 

Os Nocturna são a nova sensação do Euro-metal focada na dualidade das fundadoras e vocalista Grace Darkling e Rehn Stillnight, que com as suas vozes poderosas e personalidades carismáticas se destacam em todo o disco, cada uma com um tom bem distinto. “Daughters of the Night” mistura elementos góticos e sinfónicos com power metal, alternando entre momentos rápidos e pesados e baladas intensas onde o som do piano predomina e marca a sua composição. O conceito de dualidade é particularmente percetível também nas letras refinadas, retratando algumas paisagens românticas, decadentes e miltonianas. Num todo adorei esta proposta musical que encaixa com facilidade no panorama atual e com a qualidade suficiente para se destacar, sinal de que a fórmula foi bem utilizada!

10/10
Miguel Correia


Winterage – “The Inheritance Of Beauty”

2021 – Scarlet

Sou da opinião que as intros devem ser pequenas. Como exemplo daquilo que não se deve fazer, temos a intro do álbum dos Manowar, “Gods Of War” que se arrasta ao longo de seis minutos. Quando vi que este “The Inheritance Of Beauty” começava com uma “Overture” de quatro minutos, comecei logo a ficar de pé atrás. Felizmente que são quatro minutos do qual nem se dá conta de passar. A eloquência cinematográfica e sinfónica que transpira dessa intro dá-nos a indicação da excelência daquilo que podemos esperar no resto do álbum. Podemos esperar comparações com os Rhapsody (com ou sem Fire) e até é natural que elas surjam, no entanto o fulgor sinfónico e orquestral que surge aqui é mesmo fantástico, com solos de violino (ou algo da sua família) a soarem tão metálicos como se fossem guitarras. Isto só para apontar um dos seus impactos positivos. Um álbum grandioso para fãs de power metal sinfónico.

9/10
Fernando Ferreira


Voices – “Breaking The Trauma Bond”

2021 – Church Road

2021 Assinalou também o regresso dos inconfundíveis Voices, com o seu quarto álbum de originais ‘Breaking The Trauma Bond’. Nascidos dos escombros da precoce dissolução dos “ocultistas” Akercocke cedo se percebeu que os Voices iriam deixar a sua marca bem vincada no panorama da música mais pesada e foi precisamente com o seu segundo álbum ‘London’ (2014) que se percebeu todo o poderio criativo e imaginativo da banda. No entanto e de maneira algo surpreendente os Voices ousaram deixar de lado a sua característica mescla de Black Metal com Avant-Garde explorada de forma tão genial em ‘London’ para abraçar sonoridades mais amenas como o Gothic Rock, o Post-Punk e o Progressivo em ‘Frightened’ quatro anos mais tarde. ‘Breaking The Trauma Bond’ reúne de maneira consistente e estruturante todas as tendências exploradas pela banda até agora, ora se em faixas como ‘An Audience Of Mannequins’, ‘Absent Equilibrium’ ou ‘Whispers’ é facilmente perceptível o Black Metal cancerígeno, citadino e desumano ainda com resquícios de Akercocke, noutros temas como ‘Ghost City’, ‘Methods Of Madness’ e ‘My Sick Mind’ sobressai a emotiva e triste melancolia do Gothic Rock aliada ao Progressivo. ‘Breaking The Trauma Bond’ não é certamente o ponto mais alto da carreira dos Voices todavia não deixa de ser um álbum simultaneamente sólido, atractivo e genuíno.

7.5/10
Jorge Pereira


Dark Shadows – “Eterno Retorno”

2021 – Edição de Autor

Ora aqui está algo que parece que não se via desde do final da década de noventa. Aquele black metal melódico com uma capa que tenta usar os dotes de fotomanipulação e que até parece que consegue mas quando se olha atentamente, a coisa não é particularmente impressionante – já vimos bem piores neste segmento. E a música dá-nos aquele feeling de que demasiado tempo passou desde o momento em que ouvíamos este tipo de proposta com alguma atenção, porque também nessa altura não havia assim tanta coisa nova para ouvir então dava-se especial hipótese ao que surgia nos escaparates. Não deixa de ter o seu potencial esta banda da Bolívia mas nitidamente está com alguns anos de atraso. Sem ser mau… não é memorável.

6/10
Fernando Ferreira


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