Review

WOM Reviews – Opeth / Ivory Tower / Yawning Man / Above, Below / Voyager / Chaos Over Cosmos / Vulture Industries / Kosm

Opeth – “In Cauda Venenum”

2019 – Napalm Records

Duvido muito que Opeth seja um nome novo para qualquer um dos que por aqui andam. A banda, já formada nos anos 90, veio a produzir ao longo dos seus quase 30 anos de existência, um total de 12 álbuns (sem contar com aqueles que são ao vivo), apresentando agora In Cauda Venenum. Como é de esperar, a banda oscilou ao longo dos anos no que toca ao seu estilo musical, sendo que no mais recente projeto, assume um postura de progressive metal com uns toquezinhos do pop-metal que dão fortíssimas ideias de Ghost B.C. (pelo menos, aquando o seu terceiro álbum). Neste sentido, os Opeth têm uma forte capacidade de construir melodias bastante viciantes, além de ricas em contéudo, nomeadamente no que diz respeito ao trabalho de guitarra. Contudo, apesar desta riqueza melódica, há um aspeto menos positivo que se destaca, que é o de que, fora das secções de solo, toda a composição da banda parece ficar fechada dentro de ritmos pequenos e repetitivos, em que apenas o vocal (que é grandioso no seu estilo completamente limpo e similar ao de David Bowie) tem a liberdade para vaguear. Em todo este álbum, não têm de forma alguma o metal pesado do costume, têm antes o metal mais relaxado, ambiente e melódico que forma a imagem desta banda e que de facto permite uma audição simples e aproveitadora, por de facto se verificar que esta banda adota, paradoxalmente, minimalismos complicados que montam um som bastante cativante (com um grande e valioso apoio do teclado). Não fosse este álbum vendido num pack especial, têm o álbum em formato duplicado, uma versão em inglês e a outra em sueco (para os que não sabem, esta banda é sueca). Na verdade, a versão  sueca não será nada de diferente para os não falantes da língua, mas óbvio que apresenta sempre um valor especial para os nacionais suecos. Bom álbum fora da caixa.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Ivory Tower – “Stronger”

2019 – Massacre Records

Poderoso álbum de uma banda que nem sempre foi reconhecida. Os Ivory Tower surgiram na explosão do power metal da segunda metade da década de noventa e apesar de nunca terem lançado um mau álbum, acabaram por ser prejudicados pela falta de regularidade editorial . Este “Stronter”, por exemplo, surge oito antos após o anterior. No entanto, essa demora traduz-se num álbum fortíssimo, provavelmente o álbum mais poderoso que a banda alguma vez lançou. Uma produção bem forte com temas que não se prendem a qualquer tipo de estereotipo, quer no campo do power metal, quer no campo do progressivo, onde sempre mantiveram um pé. A música faz jus ao título, está realmente (muito) mais forte.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Yawning Man – “Macedonian Lines”

2019 – Heavy Psych Sounds

Os Yawning Man são um nome associado ao desert rock, algo que sinceramente não compreendo. Tenho que admitir a minha ignorância mas não encontro nada neste som que seja referente ao estilo. Não é isso, obviamente, que faz com que seja bom ou mau. Até porque é muito bom. Temos uma espécie de rock progressivo, com toques de pós-rock, instrumental de grande qualidade. Com uma bateria suave, um baixo bastante forte – ainda mais que as guitarras – e com uma teia de tapeçarias criadas pela guitarra, é um daqueles álbuns que nos faz perder a noção de tempo. É daqueles álbuns que… nos faz marimbar se é desert rock ou rain forest rock. É bom!

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Above, Below – “The Lotus Chapters”

2019 – Edição de Autor

A minha opinião sobre o deathcore já é bastante conhecida pelo que não vale a pena bater mais no ceguinho, mas ainda assim – não se vá pensar que é masoquismo – há surpresas suficientes no género para que me mantenha interessado a cada nova crítica. Como os Above, Below. Com alguns arranjos de teclados bem subtis mas fundamentais para que este trabalho nos surja como refrescante. Claro que isso também acontece porque mais que o pé no deathcore, a banda australiana tem os dois no metalcore e ainda uns dedos no progressivo. O resultado é do mais interessante que tivemos oportunidade de ouvir nos tempos mais recentes e este é um álbum de estreia que recomendamos.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


Voyager – “Colours in the Sun”

2019 – Season Of Mist

Os Voyager são uma banda australiana de progressive metal formada em 1999. Com os seus 20 anos de história, apresentaram um total de 6 álbuns, sendo que o 7º é lançado logo no início de Novembro, sob o título de Colours in the Sun. Apesar de um rótulo associado ao prog, o estilo deste álbum tende a oscilar um bom pedaço de um espectro que até vai para lá do metal, tocando frequentemente num estilo de rock ligeiro. Infelizmente, este não é uma peça que vá aconselhar a ninguém, pela simples razão de ser um album demasiado “melo-melancólico”, caracterizado por uma voz limpa constante que até pode ser arrastado para estilos mais pop. Volta também a ser um caso de sobreuso de teclado na sua música, principalmente para aqueles que não são os maiores apreciadores deste instrumento no seu estado normal (uma forma de ambiente combinado com eletrónica). Guitarra e bateria ajudam a equilibrar forças, contudo não são suficientes para mudar a minha opinião deste álbum que dá uma prioridade explosiva aos aspetos mais melodiosos cancelando aqueles mais pesados e arrocalhados. Relembro que a banda tem todo o direito a fazer o tipo de música que quer e que não são os “reviewers” que vão ditar o que têm que fazer, contudo este álbum está longinquo de ser aquilo que se espera que um fã de metal oiça; se isso é axiologicamente positivo ou não, não sei, mas sei que ouvir todo este álbum, não foi uma tarefa fácil para mim, tanto comparativamente a outros estilos como individualmente por abusar violentamente do teclado e da voz melancólica.

Nota 3.5/10
Review por Matias Melim


Chaos Over Cosmos – “Chaos Over Cosmos”

2019 – Edição de Autor

O projecto Chaos Over Cosmos já nos tinha deixado um excelente impacto com o álbum de estreia “The Unknown Voyage” e agora essa boa impressão continua após uma renovação na formação com a entrada do novo vocalista Joshua Ratcliff que se revela uma boa escolha. Temos a abordagem melódica e progressiva mas também mais peso e agressividade (com alguns gritos à mistura) enquanto musicalmente é aquela classe do costume da qual não nos conseguimos fartar.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Vulture Industries – “Deeper”

2019 – Dark Essence Records

Single à antiga, onde temos um lado B – pelo menos em vinil, já que a versão digital abaixo surge apenas o tema “Deeper”. E por falar neel, temos uma grande malha, melódica e imediata de uma forma quase cinematográfica – aquele “ahum ahum ahum” é como se nos fizesse uma tatoagem no cérebro. No lado B temos a “The Benevolent Pawn” registado ao vivo que nos surge com um som algo estranho mas ainda assim, é um ponto positivo na aquisição do vinil. Quem quiser só o single digital, também não fica a perder.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


Kosm – “Eyes On The Inside Out”

2019 – Edição de Autor

Som forte e poderoso com contornos bem familiares do nu-metal disfarçados apenas pela voz mais rasgada e arraçada de algo mais extremo que é intercalada com uma bonita voz feminina, essa sim, mais adequada ao instrumental que nos é apresentado. Ainda assim, e para quem não comecem já a colocar esta banda e este EP de parte, temos alguns preciosismos técnicos interessantes e alguns pormenores que até estariam mais adequados numa banda de metal progressivo mas que aqui acabam por enriquecer e fazer o contrabalanço com a faceta mais imediata. É uma boa mistura e um bom EP.

Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira


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