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WOM Reviews – Perseide / Arya / Melt / Seether / Grave T / Six Feet Tall / Dumanic / Vukovi

WOM Reviews – Perseide / Arya / Melt / Seether / Grave T / Six Feet Tall / Dumanic / Vukovi

Perseide – “The Only Thing”

2020 – Edição de Autor

Que álbum tão bom para uma capa tão manhosa. Podemos dizer que os Perseide são alternativos, que tanto lhe dão no metal como no rock, mas provavelmente iria limitar-vos o campo de visão. Neste caso específico esse campo de visão não iria apanhar os grandes solos que temos aqui, os arranjos meio orquestrais de teclados e acima de tudo riffs do tamanho do mundo. É daquelas bandas que apesar de terem elementos que nos passam ao lado noutras entidades, aqui não só faz sentido como até são um dos pontos de destaque. “The Only Thing” a fazer é mesmo ouvir até gastar. Um dos álbuns de 2020!

9/10
Fernando Ferreira

Arya – “For Ever”

2020 – Edição De Autor

Som extremamente único. Hoje em dia dizer que algo tem um som único (ou outra qualquer característica) parece ficção ciêntifica. Ou então apenas para representar algo verdadeiramente esquisito. Os Arya têm um som estranho, é certo, pela forma como enquadram um espírito matemático dentro do alternativo e noise rock. E menciono alternativo como escapatória a ter que mencionar milhares de estilos que nunca vão encaixar completamente bem aqui. A voz de Virginia Bertozzi (com um certo quê de Björk) é fundamental para que isto aconteça. Desconcertante e caótico tal como é cativante e melódico, “For Ever” exige atenção cuidada. E merece-a.

9/10
Fernando Ferreira

Melt – “The Secret Teaching Of Sorrow”

2020 – Edição de Autor

Esta foi uma boa surpresa. Os Melt são franceses e a sua música é uma mistura de várias coisas boas que dão a algo ainda bem melhor. Temos uma aura alternativa, uma veia depressiva que se encaixa um bocado (não literalmente e não completamente) dentro daquilo que os Anathema e os Katatonia têm feito nos últimos anos, assim como também algum daquele ambiente mais experimental que as bandas mais góticas assumiram no final da década de noventa. Emocional e contagiante na transmissão da melancolia, “The Secret Teaching Of Sorrow” é o título perfeito para este trabalho.

8.5/10
Fernando Ferreira

Seether – “Si Vis Pacem Para Bellum”

2020 – Spinefarm Records

Por muito que tenhamos má língua para falar do nu-metal, a verdade é que bate sempre a nostalgia quando nos surgem álbuns como este “Si Vis Pacem Para Bellum”, dos Seether, um nome que não sendo dos mais marcantes da época áurea do estilo, não deixa de ser uma referência. A banda não foi uma daquelas que apareceu e desapareceu conforme a maré se revelou desfavorável e o seu som, a avaliar pelo que podemos ouvir aqui, não se mostra desenquadrado dos tempos actuais. A sua base também sempre foi mais o rock e esse continua bem intacto, ainda que o peso vá apara lá dos limites do género. Este conjunto de temas poderão não se destacar na carreira da banda, mas são honesta e sente-se que vêm do coração da banda sobretudo do seu frontman Shaun Morgan.

7/10
Fernando Ferreira

Grave T – “Silent Water”

2020 – Seahorse Recordings

Os Grave T são daquelas bandas que nos vão sempre soar refrescantes. Normalmente quando temos algo assim é porque se trata de algo extremamente original ou então por misturar uma série de géneros. “Silent Water” efectivamente junta rock e metal, ora progressivo ora alternativo, mas é pela forma como se afastam dos lugares comuns que este trabalho nos soa bastante interessante. Daqueles que é capaz de crescer conforme lhe dedicamos cada vez mais atenção. Sendo estreia, fica a expectativa de os vermos a evoluir ainda mais.

8/10
Fernando Ferreira

Six Feet Tall – “Be Grave With Your Life”

2020 – Mothership Records

O bom e velho noise rock, há três (ou mais) décadas a rebentar-nos os ouvidos e a deixar-nos a cabeça em água. Os Six Feet Tall não são excepção, com a capacidade infinita para a mais fina arte da boa e velha javardeira musical onde metem no pote uma série de influências díspares, do hardcore até ao metal, fundindo tudo com riffs dissonantes e uma voz que nos remete para aquelas perguntas que nunca nos lembrámos de fazer como “o que aconteceria se os Jane’s Addiction tocassem pós-hardcore espásmico?” Se nos perdermos pela forma imprevisível como a banda muda as coisas todas de um momento para o outro, somos cativados pela entrega emocional que parece estar em abundância por aqui.

7/10 
Fernando Ferreira

Dumanic – “Love Is Dead”

2020 – Waterfall Of Colours

A primeira coisa que “Love Is Dead” nos transmite é nostalgia pela década de oitenta, pelo som da vanguarda enquanto também nos traz algum sabor do indie pop/rock da década seguinte. Conjunto de temas interessante mesmo para aqueles que nem sempre estão dispostos a ceder à nostalgia ou sequer apreciar o doce sabor de déjà vú – que por vezes temos por aqui. Os aficionados da sonoridade mais gótica vão definitivamente gostar.

6.5/10
Fernando Ferreira

Vukovi – “Fall Better”

2020 – VKVI Records

O termo pop sempre teve uma conotação negativa no seio da música pesada. Um sinal de que há (havia ou haverá) uma concessão no peso para tentar agradar a um número maior pessoas. Olhar para o segundo álbum dos Vukovi, “Fall Better”, com a sua capa berrante, faz-nos pensar que não é preciso haver uma separação tão grande – não por motivo de ser adocicado ou não – afinal já não temos quinze anos e não temos que defender o nosso território de forma tão feroz, como se uma questão de identidade fulcral se tratasse. Posto isto, este álbum é bonitinho. Tem melodias que se colam e é inconsequente o suficiente para passar nas rádios, se as rádios ainda passassem algo com distorção. Talvez não seja o disco da nossa vida – mais uma vez, já não temos quinze anos para ficarmos rendidos a algo assim – mas também uma ofensa aos nossos sentidos. Bem feito e com bom som, dentro o que é actual, é um produto da sua época.

6/10
Fernando Ferreira

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