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WOM Reviews – Sielunvihollinen / Nordjevel / Lunar Mantra / Varde / Tornekrone / Verglas Sanglant / Heia / Ego

WOM Reviews – Sielunvihollinen / Nordjevel / Lunar Mantra / Varde / Tornekrone / Verglas Sanglant / Heia / Ego

Sielunvihollinen – “Teloituskäsky”

2021 – Hammer Of Hate Records

A regularidade desta banda finlandesa – que começou como projecto a solo – tem sido assinalável e boa de se apreciar. A sua sonoridade é black metal levemente melódico mas sem sair da esfera das guitarras – ou seja, não existem por aqui teclados – e fazem lembrar um tipo de black metal que consegue não ceder um mílimetro no que diz respeito à acessibilidade por aqueles que não são os habituais fãs do estilo e ainda assim terem melodias reconhecíveis e marcantes. Cantado em finlandês, este quarto álbum será uma boa surpresa para quem não os conhecia anteriormente. Um dos álbuns mais sólidos da sua carreira e uma excelente aquisição para quem procura algo old school mas de extremo bom gosto no reino do black metal melódico.

9/10
Fernando Ferreira

Nordjevel – “Fenriir”

2021 – Indie Recordings

Estamos na época dos EPs, algo totalmente compreensível. Serve para marcar esta época em que lançar álbuns é um bocado ingrato (e que impossibilita não só fazer a promoção como também recuperar o investimento) e para manter o nome da banda relevante. Claro que o que mais ajuda à relevância é a qualidade dos temas, que aqui, felizmente é mais que muita. Black metal épico e dinâmico que consegue trazer o mesmo impacto em cinco minutos que outras em dez não conseguem – este tema-título é uma coisa de outro mundo. Temos três temas novos, uma cover de Possessed que resultou de forma fantástica e um tema ao vivo em 2019, “Det Ror Og Ror” com uma boa captação. Recomendado para quem é fã da banda e para quem gosta de black metal dinâmico.

8.5/10
Fernando Ferreira

Lunar Mantra – “Psychosomatika”

2020/2021 – Invictus Productions

Reedição com pontaria. Este EP dos Lunar Mantra, o seu segundo, tem sabor a álbum, afinal a banda britânica consegue com apenas três temas (sem contar com a curta intro “Preliminary”) apresentar quase trinta minutos de música de ambiência negra. Negra como as trevas mais escuras mas também alguns pontos em comum com o death metal. Este é um primeiro contacto (para quem for como eu que não os conhecesse) capaz de converter em fã qualquer em fã. Claro que sabe a pouco mas não são assim todas as coisas boas da vida. Trevas assim não se encontram em qualquer lado.

9/10
Fernando Ferreira

Varde – “Asgaardsreien”

2018 / 2021 – Nordvis

Reedição do primeiro EP (e único até ao momento) dos noruegueses Varde. Este EP é apelidados no comunicado de imprensa como uma pérola perdida nos meandros do black metal noruguês e até sou forçado a concordar, principalmente pelo longo épico tema-título de mais de quase vinte minutos que abre o EP. Uma verdadeira peça, uma obra de arte musical de black metal melódico de cariz pagão e folk. O segundo tema, “Koll Med Bilen (Del II) é mais imediato e mais tradicional mas não deixa baixar muito a fasquia. No geral é uma boa recuperação do passado recente dos Varge, depois deles terem lançado o álbum de estreia no ano passado.

8/10
Fernando Ferreira

Tornekrone – “Det Er Ingenting Annet”

2020/2021 – Northern Silence Productions

Reedição da demo (editada no ano passado) do projecto russo Tornekrone, uma boa descoberta. Parece que o conceito demo pertence ao passado, não é? Mas há quem ainda sinta e viva o underground segundo as tradições. E a tradição também sempre foi (raras algumas honrosas excepções) que as demos tivessem um som podre. É o que temos aqui. É incrível que se possa chegar a 2020 (ou 2021) e encontrar coisas assim tão podres. Os teclados soam deliciosamente podres, a gravação é precária… mas sabem que mais? Resulta! Há toda uma atmosfera e ambiência criada que é deliciosa e praticamente impossível de replicar e é isso que a torna especial. Fico com curiosidade para ouvir como este projecto se vai desenrolar.

7.5/10
Fernando Ferreira

Verglas Sanglant – “Tempête de Tourments”

2020 – Edição de Autor

O Canadá é daqueles países que, nos últimos (bastantes) anos, tem revelado ter uma cena Black Metal muito criativa e particular. A fusão de sonoridades mais atmosféricas como reminiscências de um DSBM, geram um produto final fantástico. Talvez seja o frio… Estes Verglas Sanglant apresentam-nos o EP “Tempête de Tourments”, de 2020, segundo trabalho do quarteto de Quebec, depois de “Verglas Sanglant”, Demo editada em 2016. O quarteto toca Black Metal melódico, mas muito bem estruturado (“Haine Pestilence” é um excelente exemplo de tal). Ao longo de 6 temas somos conduzidos por caminhos repletos de neve e vento. Melodias antigas, que ganham vida e crescem ao longo do EP. Não, não nos trazem nada de novo, nem excepcionalmente genial, mas conseguem, seguindo as directrizes (piada, claro), construir um som muito forte, muito equilibrado e bastante agradável. Há melodia, mas a banda não se deixa cair na facilidade de criar um som demasiado melódico, inserindo a força do Black Metal mais visceral. Mais um vez: será mesmo do frio? Não se apoiem nas linhas dos Akitsa, por exemplo, ou de Monarque, mas sim num Black Metal mais dado a uma melodia… menos Punk e menos Atmosférica. É bom, isso sim. Verdade seja dita, arriscam a perder-se na imensidão de trabalhos que saem diariamente, mas podem ficar descansados que apresentaram um bom trabalho.

7/10 
Daniel Pinheiro

Heia – “Magnum Opus”

2021 – Ihells Produções

É possível ser-se refinado e ainda assim bastante cru? Bem, se calhar é melhor explicar melhor para que não hajam mal-entendidos. Ora temos o terceiro álbum dos brasileiros Heia, que tem uma produção forte e até moderna mas que a composição em si é própria daquilo que encontraríamos décadas atrás. A sonoridade é, no geral, compassada e uma boa alternativa aos lugares comuns da vaga escandinava de black metal. Tem boas dinâmicas para ir mantendo o interesse mas falta-lhe pujança para que sintamos aquele poder do metal extremo, do black metal que tanto se antecipa. Confesso que é o primeiro trabalho que ouço da banda e como tal não sei se esta é já uma identidade firmada desde o início. Ficou a curiosidade para conhecer o que está para trás e esclarecer em relação a esse ponto.

6/10
Fernando Ferreira

Ego – “Predation”

2021 – Lycaean Triune

Do colectivo sediado (Arria Paetus, Malsumis, They Leapt from Burning Windows, Yaldabaoth) em Anchorage, Alasca, vêm os Ego, que nos apresentam o seu primeiro trabalho – “Predation” – lançado pela Lycaean Triune. 4 temas, é quanto este EP tem para nos dar em 19 minutos e 1 segundo. O som não é, na minha opinião, de fácil assimilação. É demasiado complexo? Nem por isso; outside da box? É Black Metal, nada de “extraterrestre”. Então? Pessoalmente, não foi fácil dizer, “eh pá, isto é porreiro!”. Há, sem dúvida algum, visceralidade e selvageria! É Black Metal direito ao peito. Tem pequenos detalhes que mostram uma banda que não se cinge às premissas do género, apresentado momentos que resultam muito bem (sensivelmente a meio de “Curse of Consciousness”), por não serem cópias exactas das mesmas fórmulas com mais de 25 anos. A bateria é básica quanto baste, e a guitarra sustém o interesse nas malhas. As vocalizações são mais do mesmo, e no final soa a Black Metal, mas, sem aquele kick que nos faz regressar. Agradará a quem? Ao pessoal que deglute tudo aquilo que sai, do género, mas que foge do Atmosférico, Folk, Sinfónico… de certa forma deveria ter batido com força, neste escriba, mas não surtiu aquele efeito similar ao de 5 cervejas seguidas.

5/10
Daniel Pinheiro

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