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WOM Reviews – Skalmöld / Monsterworks / In Flames / A Tribute To Tiamat / Paulo J. Mendes Elementia / Visions Of Atlantis / Journey Into Darkness

WOM Reviews – Skalmöld / Monsterworks / In Flames / A Tribute To Tiamat / Paulo J. Mendes Elementia / Visions Of Atlantis / Journey Into Darkness

Skalmöld – “10 Year Anniversary – Live In Reykjavík”

2020 – Napalm Records

Não deixa de ser um motivo de orgulho fazer uma review de um álbum ao vivo registado num dos dias onde tivemos um repórter da World Of Metal presente. Foi o caso da ocasião especial que foi a celebração do décimo aniversário da careira dos Skálmöld com direito a um alinhamento que qualquer fã ficaria derreado. No meio de dezasseis temas há de tudo um pouco para todos os fãs e nem mesmo uma produção um pouco mais crua faz com que este não seja um trabalho essencial para quem gosta destes vikings islandeses. Principalmente agora numa altura em que não sabemos bem quando é que os vamos ver novamente ao vivo.

8.5/10
Fernando Ferreira

Monsterworks – “Malignment”

2020 – Eat Lead and Die Music

Já tinha muitas saudades de analisar um álbum dos Monsterworks. Para quem já tenha esquecido, esta é uma das mais excêntricas e peculiares banda da música pesada vinda da Neo-Zelândia. Não por ter uma imagem forte ou por tocar em novas escalas musicais, mas simplesmente por terem um ritmo de trabalho alucinante (este é já o décimo sexto álbum de originais)) e por não terem grandes limites estilísticos. Se há um género que talvez possamos classifcar este “Malignment”, talvez seja o progressivo o mais adequado, algo bem patente mesmo em temas curtos como “Harness The Engine” que apesar da sua duração conseguem transmitir tudo aquilo que se espera de algo prog. O facto de ser também um regresso aos álbuns conceptuais, também ajuda – sendo uma espécie de prequela e sequela dos trabalhos “Spacial Operations” e “Singularity”. Para quem achava que eles tinham vindo a perder o gás, este vai obrigar a que se reconsidere a sua posição.

8.5/10
Fernando Ferreira

Mongol – “The Return”

2018 – Sliptrick Records

É cada vez mais comum termos bandas de black metal misteriosas das quais não há nenhuma informação. Mas no final o que interessa mesmo é a música e no caso dos holandeses Ossaert, o que temos é quatro temas longos, hipnóticos e cruz. Vistas a coisas, não é preciso saber quem são, de onde vieram e para onde vão. Nem é preciso letras nem títulos de música (por muito que seja um chavão termos “I”, “II”, “III” e “IV” como títulos, enquadra-se perfeitamente) porque a música fala por si só. E nem só consegue ser aquele black metal cru e primitivo como também consegue alcançar níveis inesperados de melancolia (conferir a “III”). No geral é um álbum surpreendente que não conseguimos ficar indiferentes.

8.5/10
Fernando Ferreira

In Flames – “Clayman – 20th Anniversary”

2000/2020 Nuclear Blast

Para muitos foi aqui que a desgraça dos In Flames começou. Para outros, esta é uma banda completamente desconhecida perante o que se tornaram. É efectivamente um ponto intermédio onde o death metal melódico da banda começa a incorporar um maior groove e uma maior apetência por coisas mais simples e modernas. Lembro-me que na altura houve uma divisão muito clara em relação a quem gostava e quem achou uma ofensa. No meu caso tenho que dizer que apesar de não ser propriamente um dos meus álbuns favoritos da banda, não encontro razões para ficar ofendido. Tirando o facto de ter enjoado por completo pela “Only For The Weak”, não posso dizer seja um mau disco. Até mesmo esse tema, tão catchy como é, é representivo da qualidade deste álbum. Mais imediato não quer dizer menos bom. Por vezes apenas significa que mais pessoas (com gostos diferentes que os nossos) vão gostar. Se calhar mais do que nós – e isso é motivo para ofensa para muitos. O facto de estarmos aqui a falar dele vinte anos depois fala um pouco do seu poder e alcance. Sobreviveu bem a passagem do tempo. Com ou sem remasterização. Curiosidade para as faixas bónus que nos trazem regravações dos principais temas, como o já citado “Only For The Weak”, “Bullet Ride”, “Pinball Map” e “Clayman” com um resultado que marca bem a diferença entre as duas épocas – com uma sonoridade mais… contida e comprimida. Curiosidade, estas regravações já contam com Chris Broderick (ex-Megadeth) nas guitarras.

8/10
Fernando Ferreira

V/A – “A Tribute To Tiamat”

2020 – Antichrist Magazine / Grand Sounds Pr

Já há muito tempo que não falava de um tributo, algo que parece que caiu completamente em desuso. Para mostrar que os tempos também mudam, este lançamento é feito exclusivamente pelo YouTube, algo que não deixa de ser original. Tiamat, longe de ser uma das bandas definitivas do underground europeu, é sem dúvida uma referência para um período da música extrema, principalmente os seus primeiros trabalhos embora a sua evolução estilística tenha conseguido também inspirar toda uma outra geração de fãs (e músicos). O que é um dois em um. Por um lado tem boas versões, por outro há um esforço consciente para apanhar grande parte da carreira da banda com algumas excepções como o primeiro álbum “Sumerian Cry” ou o “Judas Christ”  e “The Scarred People” e com o enfoque natural no “Clouds”, que é o que está mais representado aqui. Boas versões, com algumas surpresas (são sempre essas as mais interessantes) como é o caso da “The Sleeping Beauty” que é violentada pelos “Ekku”. Algumas não resultam tão bem, mas no geral este seria um tributo que até recomendaria a compra se houvesse uma versão física.

8/10
Fernando Ferreira

Paulo J. Mendes Elementia – “The Grimoire Of The Darklord – The Metal Edition”

2020 – Edição de Autor

O projecto orquestral de Paulo J. Mendes (mais conhecido pelo projecto Caedeous) Elementia conhece agora uma nova fase, onde as músicas que antes tinha sido lançadas nessa componente são agora readaptadas a um contexto mais metálico. E por metálico, entenda-se metal sinfónico de contornos góticos. A produção surge-nos de forma semelhante ao que pudemos encontrar nos lançamentos de Caedeous, com o baixo a soar mais proeminente mas a fazer falta de mais poder de guitarras por trás. Com um trabalho vocal fantástico, somos convidados a mergulhar num mundo de fantasia e fantástico, que relembra o impacto do dungeon synth mas num patamar muito mais elevado. É o poder e a beleza destes temas,  que falam por si só. A ideia de juntar-lhe o elemento metálico é muito bem vinda, algo que esperamos continuar a ver no futuro, com ainda mais orgânica nos instrumentos, aumentando assim o seu poder. Era engraçado ver este projecto a tornar-se uma verdadeira banda.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Visions Of Atlantis – “A Symphonic Journey To Remember”

2020 – Napalm Records

Os Visions Of Atlantis regressam com um trabalho ao vivo (CD/DVD/Blu Ray) depois de uma das suas digressões mais rentáveis – eles que andaram um pouco por todo o lado a promover o seu mais recente trabalho, “Wanderers”. Não sendo apenas mais um álbum ao vivo (até porque á facilidade que hoje em dia se apanham gravações, vídeos, excertos de concertos ou concertos inteiros no youTube, tem que obrigatoriamente dar algo mais especial), o que se tem aqui é o registo do concerto dado pela banda no festival Bang Your Head!!! na Alemanha. A particularidade que se tem aqui é o facto de serem acompanhados pela orquestra Bohemian Symphony de Praga. Não é algo que se note muito nos temas aqui apresentados, nem grandes diferenças em termos de arranjos, mas o resultado sem dúvida que entusiasma quem esperava há muito tempo por um suporte visual da banda austríaca.

7/10
Fernando Ferreira

Journey Into Darkness – “Multitudes Of Emptiness”

2020 – Edição de Autor

Não é muito comum termos para analisar um segundo álbum que nos surge vinte e quatro (24!) anos após a sua estreia. Brett Clarin, o homem por trás desta one-man band traz-nos um black metal sinfónico claramente inspirado nos primeiros tempos de Emperor. Uma influência que aqui é diluída pelo uso (talvez excessivo para alguns) da repetição de riffs e passagens. Este black metal cósmico também já não é algo que esteja propriamente na ordem do dia mas está bem idealizado e materializado. Talvez lhe falte um pouco mais de qualquer coisa que o faça libertar das influências que limitam. É um álbum curto – os temas nunca chegam a ter cinco minutos – e que mesmo assim não se deixa de ficar com o estigma da repetição. Vinte e quatro anos que ainda assim poderiam ser um pouco mais do que aquilo que temos aqui.

5/10
Fernando Ferreira

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