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WOM Reviews – Skyliner / Deadline / MP / Drakkar / Attika / Thanos / Endernity / Silver Tiger

WOM Reviews – Skyliner / Deadline / MP / Drakkar / Attika / Thanos / Endernity / Silver Tiger

Skyliner – “Dark Rivers, White Thunder”

2021 – Alchemic Visions

Depois de três demos na primeira década do milénio, os Fastian Pact apresentam um álbum que parece que até é mais antigo, vindo da década de noventa. Aquele black metal ligeiramente melódico ainda que algo cru. Tem um encanto muito próprio. Encanto do passado mas que é válido tanto agora como o seria na altura. Talvez este seja um trabalho que está voltado para o passado, não existem dúvidas em relação a isso… no entanto, não deixa de ser inegavelmente cativante e eficaz. Uma boa surpresa a provar que por vezes as expectativas crescem e são correspondidas.

8.5/10
Fernando Ferreira

Deadline – “Abigail’s Crypt”

2021 – Edição De Autor

Os Deadline estão de volta. Depois do segundo álbum editado no ano passado, a banda volta com uma nova formação (saiu o baixista Baz Steel e um dos guitarristas, Raven Chaos, e entrou Damian Dread para o baixo, portanto diminuindo uma guitarra na equação final) e com um lançamento que acaba por ser bastante comum nos dias de hoje: o EP. Três covers de nomes díspares – Ghost, Dio e Billy Idol – e duas versões,  bastantes diferentes , de músicas suas – “Break The Silence” (acústica) e “High-Tops and Bullet Belts” (electrónica a puxar ao synthwave). As covers estão todas muito boas, sendo que a de Ghost é aquela que mais bate, especialmente por Ghost não ser uma banda que aprecie particularmente. Já a versão retro synth da “High-Tops And Bullets Belts” é uma brincadeira engraçada mas que não passa disso. O que vale é que o resto é mesmo muito bom. Vale a pena conhecer esta banda da África do Sul.

8/10
Fernando Ferreira

MP – “Bursting Out (The Beast Becomes Human)”

1986 / 2021 – Relics From The Crypt

Para muitos é saudosismo, pura nostalgia. Para mim é olhar para o passado de forma a compreender melhor o presente. Sim, há um lado académico nisto. Claro que poderá alegar-se de tentar capitalizar por parte das editoras sobre trabalhos já lançados. Tendo em conta os dias de hoje, lançar discos, sobretudo no formato físico, não é sinal de receita fácil e neste (tipo de caso) até podemos considerar como um serviço público. “Bursting Out” é uma daquelas pérolas do heavy metal que até percebemos o porquê de ter sido esquecido mas que aos olhos de hoje não perdeu nenhum do seu encanto. Talvez a excepção seja feita na capa, que até na altura não era grande coisa. Não sendo perfeito e tendo alguns temas que estão pouco acima da média, este encanto do heavy metal não desvanece e nesta reedição também temos um punhado de temas bónus ao vivo com qualidade excelente. Recomendado para quem não conhece e ama heavy metal, vão gostar, garantido.

8/10
Fernando Ferreira

Drakkar – “Chaos Lord”

 2021 – Punishment 18 Records

Os Drakkar foram (são!) uma banda de referência no power metal italiano com “Gemini” a ter um impacto considerável no underground. Pela minha percepção, esse pico de popularidade não foi igualado nos trabalhos seguintes e o género também voltou para o underground. Voltar a ouvir a música deles tendo em conta esse segundo álbum de 2000, é um serviço engraçado. A voz de Davide Dell’Orto está bastante mais madura e sóbria, o que faz com que “Chaos Lord” soe bastante mais pesado do que aquilo que antecipava. Apesar de usarem os teclados, os mesmos também não são omnipresentes embora em certas secções sinta que não trazem valor acrescentado. Bom regresso, seis anos depois, para um dos melhors do power metal italiano.

8/10
Fernando Ferreira

Attika – “Metal Lands”

2021 – Pure Steel Records

Os norte americanos Attika trazem-nos “Metal Lands”, o primeiro álbum de estúdio em 30 anos de existência e é um disco de sonoridade tradicional, riffs simples e melodias fortes. Das dez músicas apresentadas, cinco são músicas “mais antigas” que foram originalmente escritas ao longo dos anos e o resto são músicas “novas” que surgiram quando “Metal Lands” era já um álbum em construção. Não se trata de uma preciosidade, mas acima de tudo é um bom disco, com momentos de audição interessantes.

7.5/10
Miguel Correia

Thanos – “Unholy”

2021 – Edição de Autor

Thanos (ThanoΣ) é um one man band (e produtor) que iniciou a sua carreira na década de 8. Ao longo da sua carreira tem vindo a lançar um número generoso de álbuns e este ano decidiu estrear Unholy. O principal traço distintivo deste álbum é o da sua faceta “experimental” de metal fundida com uma voz bastante limpa e grave (bastante reminiscente de NWBHM). Como costuma ser o caso nestes projetos solo, o trabalho instrumental é bastante recheado e inventivo num nível que, apesar de inovador, consegue também ser nostálgico no nível do trabalho de guitarra e de bateria. Em toda a sua duração, o som deste álbum desenvolve-se sempre no sentido melódico que ora é conduzido na guitarra ou, para tristeza das minhas alergias musicais, por teclado eletrónico. Há momentos melhores e há momentos piores neste nível, mas claramente que é um trabalho moderado e pouco invasivo do instrumento. Agora, seja dita a verdade, este não é um trabalho acessível a todos. O seu estilo bastante limpo pode ser um obstáculo por vezes e, por vezes, o foco na voz (tanto em termos de dinâmica durante a música como em termos da masterização de som final) abafa o trabalho de guitarra que nestas ocasiões assume um caráter minimalista e um pouco entediante. Tal como qualquer outro trabalho mais ou menos experimental, este é um prato que depende bastante dos gostos do seu apreciador.

7/10 
Matias Melim

Endernity – “Disrupted Innocence”

2021 – On Fire Records

Estreia discográfica por parte dos espanhóis Endernity que cantam em inglês para contrariar a tendência geral das bandas do nosso país vizinho. Heavy metal moderne raçudo mas sem esquecer a melodia – algo que por vezes fica para trás nalgumas propostas mais recentes. Aqui está presente o melhor de dois mundos, o suficiente para que se tenha uma proposta refrescante. Tenho que confessar que no entanto a voz não é totalmente do meu agrado, faltando um timbre mais único e que nos agarre desde o primeiro momento. Bons temas, todavia, excelente instrumental – “You Won’t Bring Me Down” tem tudo para ficar um clássico – e um início de carreira promissor.

6.5/10
Fernando Ferreira

Silver Tiger – “Burning Nightmare”

2021 – Edição de Autor

Devo confessar que apesar de todas as limitações que se apresentam aqui, esta foi uma boa surpresa. Os mexicanos – o facto de cantarem em castelhano nalguns temas fez-me pensar que seriam espanhóis – Silver Tiger apresentam um amor que parece ser genuíno ao heavy metal tradicional, sendo que as harmonias de guitarra apontam na direcção de Iron Maiden. As limitações que falei são concretamente técnicas. A voz nem sempre é segura, o baixo parece ser programado/sintetizador e a bateria também não parece orgânica. Não querendo ferir susceptibilidades, tal poderá ser fruto de uma produção mais crua mas foi a impressão com a qual fiquei. O saldo é positivo por causa do tal entusiasmo ao som sagrado, e por sentir também que a banda poderá evoluir de forma positiva se não desistir.

6/10
Fernando Ferreira

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