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WOM Reviews – Strike Anywhere / Riddlebreak / Avatar / Picturesque / Palaye Royale / New American Hustle / ParkWalker / Kinkshamer

WOM Reviews – Strike Anywhere / Riddlebreak / Avatar / Picturesque / Palaye Royale / New American Hustle / ParkWalker / Kinkshamer

Strike Anywhere – “Nightmares Of The West”

2020 – Pure Noise Records

É graças a trabalhos como “Nightmares Of The West” e a bandas como os Strike Anywhere que nos apercebemos que nos faz aperceber o quanto sentimos a falta de concertos. Da excitação, do entusiasmo, da energia. Isto porque os Strike Anywhere (que voltam aos discos após mais de uma década ausentes) transmitem bem essa energia com o seu punk/hardcore inconformado e a apelar aos cânticos. A banda regresssa com seis temas originais e com a cover “Opener”, dos Blocko, sendo que é um EP que se calhar até mais impacto do que se esperaria dado o momento em que vivemos. E daí talvez não, porque a música é tão poderosa que teria igual impacto em qualquer outra altura.

9/10
Fernando Ferreira

Riddlebreak – “Architeuthis”

2021 – Edição de Autor

À partida esta poderá parecer uma banda muito igual às outras. Ritmos e som bem moderno, a voz que anda entre os gritos e o gutural e uma secção rítmica bem forte. Tudo coisa que estamos fartos de ouvir. Só que depois, enter violino. E é nesta parte que os Riddlebreak. Sim, eu sei, o violino poderá ser, à partida, apenas um gimmick para chamar a atenção de pessoas facilmente impressionáveis como eu. Mas há conteúdo e até validação para isto do que apenas uma jogada interessante. A sonoridade do violino consegue mesmo trazer uma alma e sensibilidade acrescida a esta sonoridade. Apesar de acreditar que estão mesmo a pisar chão novo, nem se trata disso, trata-se mesmo da forma como os temas se colam imediatamente. Eu sei que é apenas um EP mas para já é uma das grandes e excelentes surpresas de 2021).

9/10
Fernando Ferreira

Avatar – “Hunter Gatherer”

2020 – eOne / Century Media Records

Chris Reese e Tom Dring dos Corrupt Moral Altar têm uma nova aventura musical, estes Lake Baihal, e apesar de ser apenas um tema, em termos de duração, podemos dizer que se trata de um EP já que são quinze minutos, numa autêntica viagem de montanha-russa, com vários géneros a juntar-se do black ao doom metal, onde até solos de saxofone se fazem sentir. Tudo flui de forma perfeita. De tal forma que a cada vez que ouvimos há novos pormenores a surgir e novas perspectivas. E é apenas um tema. Imaginem um álbum inteiro.

8.5/10
Fernando Ferreira

Picturesque – “Do You Feel O.K.?”

2020 – Rude Records / EVR

Este feeling pop encontra amores e ódios. Amores para quem nem tem grandes problemas em sair fora do reduto da música pesada, e ódios para quem é contra toda e qualquer mistura. Neste caso então a balança dos nossos leitores poderá pender mais para o ódio, já que o cheiro a pop é mesmo fortíssimo. Pasme-se, também têm excelentes músicas. Claro que poderá ser um bocado inconsequente e para quem procura riffs, solos e algo do género, de certeza que não conseguirá ouvir até ao final. No entanto, temos ganchos, temos melodias vocais memoráveis – mesmo que as mesmas nos soem famiiares – e muita coisa boa. Dentro do género mais alternativo do metal, este é um álbum que se recomenda.

8.5/10
Fernando Ferreira

Palaye Royale – “The Bastards”

2020 – Sumerian Records

Quem diz que o rock tem de ser todo clássico e retro? Os Palaye Royale são a prova de que é possível evoluir. Com muitos elementos electrónicos e industriais, os Palaye conservam na sua base as melodias e o ritmo do rock, com um groove que se insinua de forma impertinente. O peso das guitarras distorcidas, a batida sintética e a voz ácida, tudo a trazer-nos algo que resulta de forma inesperada. Alguns momentos podemos até pensar que estamos perante um trabalho pop e se calhar até nem é algo descabido – e o rock também já foi o pop de outrora (tempos mais ricos). Um álbum supreendente.

8.5/10
Fernando Ferreira

New American Hustle – “Harlot For Days”

2020 – Modern Gravity Records

Desconcertante. Tal como a capa. Temos aqui uma vasta mistura de géneros, do mais moderno até ao mais tradicional passando até pelo R&B e soul. Sim, para quem tem dúvidas, tudo junto resulta, e bem. Muito graças às vozes que comanda os destinos destes New American Hustle. Sim, vozes, tem uma porrada de vocalistas, a maior parte femininas, o que também ajuda à heterogeneidade dos temas. Mas ainda assim com um fio condutor que os une, feeling boa onda, integrando o tradicional e moderno de forma pacífica. Este é um trabalho difícil de interiorizar, talvez, pela forma como distorce as regras. Se calhar é por isso que gostamos dele.

8.5/10 
Fernando Ferreira

ParkWalker – “Distant Phenomena”

2021 – This Charming Man Records

Esta é a primeira apresentação que temos com os ParkWalker e é uma apresentação bem suave. Tão suave que até fui obrigado a ler o comunicado de imprensa duas vezes só para verificar novamente a descrição. Foi aí que o termo emopop e slowcore (que eu nem sabia que era mesmo uma cena) começou a fazer sentido. Suavidade é mesmo o melhor termo para adjectivar este álbum que poderá passar ao lado por completo se não for feito um esforço sério e não quer dizer que o mesmo tenha resultados práticos. É preciso uma disposição muito específica para que se consiga apreciar estas canções da melhor forma. Caso contrário poderá estar aqui a cura milagrosa para as insónias.

6/10
Fernando Ferreira

Kinkshamer – “Societal Sects”

2019 – Edição de Autor

A capa já diz ao que se vem, sobre aquilo que os Kinkshamer retratam na sua música – com mais atenção até o nome já dá pistas. Este EP de estreia mostra perspectivas sobre perspectivas sexuais ou até sobre o sexo em si. O que é válido, invulgar (de certa forma) e potencialmente interessante. Já musicalmente as coisas já não são propriamente interessantes. Instrumentos com afinações para lá de graves (a roçar aquele estado extremamente abusado de uns Mortician) que trazem ritmos simples limitados e melodias incapazes de impressionar pela positiva – com algumas honrosas excepções na “A Most Vulgar Display”. Bons conceitos nem sempre resultam em boa música.

4/10
Fernando Ferreira

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