WOM Reviews – Tarantula / Metalite / Manilla Road / Picture / Feanor / Evilizers / Velvet Viper
WOM Reviews – Tarantula / Metalite / Manilla Road / Picture / Feanor / Evilizers / Velvet Viper
Tarantula – “Thunder Tunes From Lusitania”
2021 – Larvae Records
Ora aí está o que é, os Tarantula finalmente editam um novo álbum. A banda portuguesa é das mais míticas, considerados o pai do heavy metal portugueses e que estiveram associados à primeira vaga de metal nacional por terem produzido inúmeras bandas nos seus Rec’N’Roll. Obviamente que foi lá que foi registado este “Thunder Tunes From Lusitania” que demonstra que a banda apesar de estar mais de dez anos afastados dos discos não perderam o toque. O regresso dá-se mais voltado para o hard rock e longe dos ritmos mais frenéticos do power metal. No entanto, isso não belisca a qualidade, o som forte (principalmente da guitarra e voz) e uma voz marcante e bem característica é o que podemos encontrar em temas maduros e sofisticados. Não é um álbum imediato – confesso que achei o som da bateria especialmente desasfiante de “encaixar” – mas é de longe o álbum mais adulto e profundo da banda. Bem vindo de volta rapazes, foi como se nunca tivessem partido.
8/10
Fernando Ferreira
Metalite – “A Virtual World”
2021 – AFM Records
A banda sueca de power metal melódico, Metalite, lança seu terceiro álbum intitulado: “A Virtual World”. Trata-se do segundo lançamento com os talentos vocais de Erica Ohlsson, cuja voz permanece em alta e é o destaque natural de um trabalho muito bem conseguido. A formação mantém o guitarrista fundador Edwin Premberg, juntamente com Robert Örnesved (Castillion) na guitarra, Lea Larsson (ex-Votur, Imber, ex-The Bullseye Dirt) na bateria e Robert Majd (Eddy Malm Band, Alpha Attakk, Captain Black Beard, baixo.
Bem, por aqui podemos facilmente encontrar elementos pop, techno, power metal e umas incursões por caminhos mais neoclássicos, mas que no geral funcionam de forma fabulosa.
Claro, linhas acima fiz referência à voz de Erica e ela mais uma vez é a cereja no topo do bolo, mesmo quando se sente alguns efeitos a trabalhar nas suas linhas, as mesmas soam fortes e destacadas nas texturas musicais existentes e encaixam perfeitamente naquilo que nos é dado a ouvir. “Virtual World” é um disco diferente do muito que ouve, mas acreditem que não é daqueles que arrumamos logo a seguir para nunca mais ouvir!
9/10
Miguel Correia
Manilla Road – “The Courts of Chaos”
1990/2021 – High Roller Records
O álbum “The Courts Of Chaos” foi originalmente lançado em 1990 e foi o último lançamento da banda para a Black Dragon e também o último antes de a banda se separar temporariamente (se não levarmos em conta “Circus Maximus” de 1992, que era para ser um álbum solo).
Uma década depois do que foi originalmente planeado como um projeto solo de Mark Shelton, “Circus Maximus”, o álbum “Atlantis Rising” marcou a fase de retorno dos Manilla Road. A banda assinou com a Iron Glory Records e lançou dois discos, “Atlantis Rising” em 2001 seguido de “Spiral Castle”, um ano depois.
O pouco tempo de intervalo entre estes dois lançamentos deixou sempre a ideia de que o material de um foi “sobra” de outro, já que certamente havia algumas semelhanças estilísticas também.
Segundo algumas entrevistas de Mark na época, algumas das canções de “Spiral Castle” foram efetivamente escritas em meados da década de 1990, tendo decidido agarrar nelas novamente pela altura de pensar neste álbum e como as músicas foram escritas antes de Bryan “Hellroadie” começar a cantar nos Manilla, a abordagem vocal também ela foi trabalhada.
É sempre muito especial voltar a ouvir estes trabalhos, voltar a ouvir uma banda que muito me marcou como os Manilla Road.
10/10
Miguel Correia
Manilla Road – “Spiral Castle”
2001/2020 – Edição de Autor
O álbum “The Courts Of Chaos” foi originalmente lançado em 1990 e foi o último lançamento da banda para a Black Dragon e também o último antes de a banda se separar temporariamente (se não levarmos em conta “Circus Maximus” de 1992, que era para ser um álbum solo).
Uma década depois do que foi originalmente planeado como um projeto solo de Mark Shelton, “Circus Maximus”, o álbum “Atlantis Rising” marcou a fase de retorno dos Manilla Road. A banda assinou com a Iron Glory Records e lançou dois discos, “Atlantis Rising” em 2001 seguido de “Spiral Castle”, um ano depois.
O pouco tempo de intervalo entre estes dois lançamentos deixou sempre a ideia de que o material de um foi “sobra” de outro, já que certamente havia algumas semelhanças estilísticas também.
Segundo algumas entrevistas de Mark na época, algumas das canções de “Spiral Castle” foram efetivamente escritas em meados da década de 1990, tendo decidido agarrar nelas novamente pela altura de pensar neste álbum e como as músicas foram escritas antes de Bryan “Hellroadie” começar a cantar nos Manilla, a abordagem vocal também ela foi trabalhada.
É sempre muito especial voltar a ouvir estes trabalhos, voltar a ouvir uma banda que muito me marcou como os Manilla Road.
10/10
Miguel Correia
Picture – “Live In São Paulo”
2020/2021 – Doc Gator Records
Depois da edição em formato visual – sempre com o apoio de dois CDs – agora é a vez da reedição em CD duplo do concerto dos Picture dado em São Paulo em 2019. Os Picture são uma das bandas clássicas de heavy metal europeu que apesar de toda a instabilidade vivida conseguiram manter vivo o legado de mais de quatro décadas de carreira (ainda que tenham tido uma enorme interrupção na edição de álbuns entre 1988 e 2008). O público brasileiro é sempre entusiasta e dá uma enorme lição a todos – algo bem palpável quando a banda holandesa toca o clássico “Eternal Dark”. Para quem não os conhece bem, está aqui uma excelente oportunidade para o fazer. Bom som, material clássico e uma banda com muita genica para dar em cima do palco.
8/10
Fernando Ferreira
Feanor – “Power Of The Chosen One”
2021 – Massacre Records
Algumas coisas mudaram no reino dos Feanor, desde o último álbum em 2016. Não só no reino deles mas como no reino à volta deles, é um mundo completamente diferente e é bom ver que essas mudanças não retiraram poder à sua música – além das óbvias da situação pandémica que atravessamos até às mudanças de formação onde agora temos o talentoso e algumas vezes subvalorizado David Shankle (do David Shankle Group e Holy Tide e ex-Manowar) e até à mudança de editora, estando agora na Massacre Records. O seu power/heavy metal surge com um grande impacto, indo buscar força aos lugares comuns do género mas é a contrinuição de Shankle que dá uma cor diferente mas boa. Essa mesma contribuição só não é melhor porque os seus leads e os solos surgem todos com um reverb estranho, que faz destacar de uma maneira indesejável o seu contributo. Ou seja parece como algo que não é totalmente integrado no seu som. De qualquer forma a banda argentina demonstra estar num momento criativo e este álbum não vai buscar os que não apreciam o género mas para os fãs, será um prato cheio. Pequena nota: um bom exercício é ver quantas vezes a palavra power é mencionada ao longo do álbum.
8/10
Fernando Ferreira
Evilizers – “Solar Quake”
2021 – Punishment 18 Records
Os Evilizers estão de volta com o seu segundo álbum. A banda italiana demonstra amor ao heavy metal com entusiasmo, uma banda que nasceu como muitas outras, como uma banda de covers dos Judas Priest – para quem duvida do impacto da banda britânica no mundo do heavy metal, é importante ter noção da forma como novas gerações continuam a pegar na sua música como inspiração. De qualquer forma os Evilizers apresentam-se maduros e já com uma identidade estabelecida. Confeso que sinto falta aqui de temas fortes e marcantes. Ou pelo menos temas mais fortes e marcantes, mas “Solar Quake” não desilude todos os amantes do som da velha guarda, com a devida actualização no som para os dias de hoje.
6.5/10
Fernando Ferreira
Velvet Viper – “Cosmic Healer”
2021 – Massacre Records
Depois do regresso ao passado com os dois álbuns dos Zed Yago reeditados sobre a bandeira dos Velvet Viper, está aqui o álbum de originais. Colocar estas duas fases lado a lado até poderá fazer mais mal do que bem – eram bandas diferentes, sem dúvida, mas a voz é a mesma ainda que separada por trinta anos. Apesar da raça heavy metal, estes temas não soam tão imediatos e pujantes como o que seria desejável. A produção é algo estranha e os temas também falham em conseguir agarrar-nos pelos colarinhos tal como se desejaria e a voz de Jutta Weinhold acaba por soar desenquadrada. Talvez seja apenas mais exigente do que se esperaria e talvez estes temas acabem por desabrochar mais tarde, mas a primeira impressão que fica é de um álbum longe de ser consensual, apesar de conter bons temas.
6/10
Fernando Ferreira