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WOM Reviews – Tav / Aepoch / Denominate / In Mourning / Dukes Of The Orient / Lonely Robot / Jake Shimabukuro / Humavoid

WOM Reviews – Tav / Aepoch / Denominate / In Mourning / Dukes Of The Orient / Lonely Robot / Jake Shimabukuro / Humavoid

Tav – “I”

2020 – Ván Records

Este é um disco bastante peculiar. Normalmente é negativo dizermos que algo (sobretudo se for uma peça de arte) tem um bocado de tudo mas não pertence a lado nenhum. Acontecendo isso com Tav, que tem tanto de pós-rock como de pós-metal e até pós-black metal depressivo (se é que isso existe… se não existir, viram aqui primeiro), o que temos é estranheza que depressa se entranha. Um ambiente que é tão rico como melancólico – culpa também das vocalizações – e um sentido apurado para melodias que em conjugação com arranjos inteligentes nos trazem temas que inevitavelmente conquistam todos os que gostam de algo mais melancólico. Não é a proposta mais habitual do pós-rock, como já repararam pela descrição, mas é um alento para quem julga que o género está esgotado. Se calhar está por aqui o caminho. Uma estreia fantástica.

9/10
Fernando Ferreira

Denominate – “Isochron”

2020 – Inverse Records

Ao segundo álbum, os finlandeses Denominate demonstram estar num ponto fantástico da sua carreira e criatividade. “Isochron” traz-nos um death metal intricado e complexo, com muitos tiques progressivos a fazer lembrar – mas não preso a essa referência – nomes como Death, Carcariass e até Opeth, pelas passagens acústicas. Paisagens fantásticas pintadas ao longo de oito faixas que apesar de longas não têm o mínimo indício de um momento aborrecido. Com um público alvo bem definido mas com capacidade para se expandir para além dos amantes do death metal progressivo, este é um álbum espantoso.

9/10
Fernando Ferreira

Aepoch – “The Scryer”

2020 – Edição De Autor

Já tinha saudades de elogiar a cena canadiana, já cá faltavam surgir propostas de death metal a atirar para o progressivo, como é o caso dos Aepoch. Ao contrário de algumas propostas, onde se envereda pelo lado da melodia, os Aepoch chegam-lhe bem no poder e trazem aqui uma força bruta que é uma verdadeira lufada de ar fresco. Foi um primeiro contacto curto, através destes seis temas (a contar com a intro), mas ficamos com vontade de ir recuar até ao álbum de originais. Isso e esperar ansiosamente pelo próximo lançamento. Este domina.

9/10
Fernando Ferreira

In Mourning – “Monolith”

2010/2020 Agonia Records

O álbum de estreia dos In Mourning teve um impacto muito grande dentro da comunidade do death metal progressivo, pelo que as expectativas estavam bastante elevadas para este “Monolith”, originalmente editado em 2010. Expectativas que seriam sempre difíceis de manter. Novamente um álbum conceptual, este “Monolith” não é tão imediato e é bem exigente. E até admito que não seja tão bom, pela forma como demora a que as suas músicas fiquem na memória, no entanto, é um álbum que se insinua para ouvir-se em repeat. E esta reedição, dez anos depois, é mais que apetecível.

8.5/10
Fernando Ferreira

Dukes Of The Orient – “Freakshow”

2020 – Frontiers Music

Os Dukes Of The Orient apresentam o seu segundo álbum “FreakShow”. “The Dukes Return” é faixa de abertura e já por si diz tudo aquilo que são os sentimentos de John Payne e Erki Norlander, responsáveis pelo projeto.Há uma história interessante por detrás deste disco. Grande parte das composições tinham outro destino que não este. Após a morte do vocalista original dos Asia, John Wetton, no início de 2017, Payne e Norlander decidiram que essas gravações em que estavam a trabalhar deveriam dar origem a uma nova banda, por respeito a Wetton. Então surgiu este projeto, com muita Id Asia, mas com aquele toque que só a voz de Payne poderia dar a uma música. Trata-se de um trabalho interessante, mas acima de tudo validado, como referi inicialmente, pela emoção que sente em cada tema.

8/10
Miguel Correia

Lonely Robot – “Feelings Are Good”

2019 – InsideOut Music

Não deixa de ser irónico termos em 2020 um álbum chamado de “Feelings Are Good”, principalmente quando os sentimentos que estamos refém são de medo, intolerância, raiva, solidão. No entanto até a própria capa reflecte essa mesma questão. Fechar os olhos e fazer uma cara bonita só para esconder o que está realmente lá dentro. Este tipo de questões não são de todo estranhas ao que os Lonely Robot costumam fazer, ou, mais concretamente, John Mitchell, o cérebro por trás disto tudo, costuma fazer. Esse poderá ser uma crítica válida. Para quem conhece o trabalho (não só aqui como também em Arena e Kino, entre outros), não há uma grande surpresa, musicalmente falando, isto é. Claro que qualquer fã de rock progressivo fica entusiasmado com este álbum, porque a sua qualidade é mesmo enorme mas ainda assim não deixo de sentir a necessidade de mais algum arrojo e de algo que surpreendesse. Excelente álbum todavia.

8/10 
Fernando Ferreira

Tim Bowness – “Late Night Laments”

2020 – Music Theories Recordings

Este álbum, antes sequer de o ouvir, fez-me lembrar os vários trios de jazz de fusão que se foram surgindo ao longo dos tempos. Talvez o que mais me tenha marcado tenha sido Al Di Meola, John Mclaughlin e Paco De Lucia. Este trio não entra por esses caminhos de junção do flamengo com o Jazz. Aliás, o jazz aqui está minimizado, sendo que temos mais piscadelas de olho a prog, nomeadamente Pink Floyd – e não falo apenas da cover “Wish You Were Here”. O facto de serem liderados pelo ukelele, a sonoridade logo à partida é bem refrescante. Daqueles discos que nos fazem andar no ar.

8/10
Fernando Ferreira

Humavoid – “Lidless”

2020 – Noble Demon

Os Humavoid chegaram-nos através da indicação de que se trata de uma banda progressiva. Algo que desafia as concepções que tenho em relação à sonoridade em questão. Esse foi o primeiro impacto. Com umas guitarras a puxar ao djent, a tonalidade é mais de metal moderno do que propriamente metal progressivo, ainda que este género seja que possa assumir (e assume de facto) diversas identidades diferentes. Segundo álbum e um conjunto de temas que quem gosta das vertentes mais modernas não vai fica desiludido. Caso tenham algumas dificuldades em passar pelo tom das guitarras, não vos vai entrar tão bem. Caso contário, de certeza que vão apreciar “Lidless”, com todos os seus mirabulismos jazzísticos.

6/10
Fernando Ferreira

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