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WOM Reviews – Terra Odium / Solacide / Black Seven / Aeon Zen / Thy Row / Sunroad / White Stones / Damiano Biasutto

WOM Reviews – Terra Odium / Solacide / Black Seven / Aeon Zen / Thy Row / Sunroad / White Stones / Damiano Biasutto

Terra Odium – “Ne Plus Ultra”

2021 – Frontiers Music

Este é outro daqueles ‘supergrupos’ com dedo da italiana Frontiers. Os Terra Odium são liderados por Øyvind Hægeland (guitarras e voz) e Asgeir Mickelson (bateria), eles se juntaram ao guitarrista Bollie Fredriksen (Manitou), ao baixista Steve Di Giorgio (Testament) e ao tecladista Jon Phipps (Angra, Moonspell, Dragonforce). Na minha opinião “Ne Plus Ultra” é um trabalho de metal progressivo de eximia qualidade como há muito não ouvia, isto apesar perceber que   há uma divisão de opiniões: há, por exemplo, quem não aprecie a voz, mas também há quem os ache a cereja no topo do bolo. Há quem o ache de difícil “digestão”, mas também há quem o tenha digerido e repetido a dose. Tudo normal, se fossemos todos gostar do mesmo isto não teria graça nenhuma!

10/10
Miguel Correia

Solacide – “Fall From Eternity”

2021 – Saturnal

De uns tempos para cá assumi um pouco de cepticismo em relação ao rótulo progressivo quando inserido no contexto de outros géneros. Bem, para ser sincero, até por vezes basta só o rótulo em si. Haverá muitas formas de definir o género mas para mim continua a ser simplesmente a forma como a banda consegue transportar o ouvinte do ponto A para o ponto B e ter uma viagem interessante pelo meio. Podendo essa viagem durar três minutos como trinta, quer seja tecnicamente evoluído ou não. E nesse aspecto serei forçado a concordar com o rótulo dado aos finlandeses Solacide, que consegue transmitir essa viagem e a mesma é muito mas mesmo muito agradável. As melodias evocadas são fantásticas e até é contra natura talvez mas as mesmas evocam esperança em muitas das vezes – entrando em paradoxo (ou não) com uma suposta queda da eternidade, como dita o título. O álbum não chega a quarenta minutos mas está muito bem construído e consegue cativar pela simplicidade com que a  sua música, não deixando de ter os parâmetros de um black metal mais melódico, se torna memorável e ao mesmo tempo intrigante sem ser escrava das modas do momento.

9/10
Fernando Ferreira

Black Seven – “Look Inside”

2021 – Edição de Autor

Por muito céptico que seja de projectos instrumentais que tenham como peça central um guitarrista, é sempre um tipo de música para o qual avanço sem receios. Mesmo que a capa exista mesmo para manter esses receios bem vivos. No entanto “Look Inside”, o álbum de estreia do projecto Black 7 é um daqueles discos que vai agradar a qualquer fã de guitarra. Bom som, minimamente orgânico e com uma sonoridade clássica mas poderosa que permite que o principal, a guitarra, brilhe da melhor forma. E a guitarra funciona como a voz e ao mesmo tempo como o fio condutor de tudo o resto. Não me interpretem mal mas para quem não gosta do som shredd então dificilmente vão apreciar isto, no entanto para quem gosta de ouvir a guitarra, sóbria, equilibrada, a vibrar de forma superior, então está aqui um grande trabalho. Não é a técnica que impressiona mas as melodias sacadas, simples e memóraveis que fazem toda a diferença. Um álbum impressionante pelo vício que provoca. Às vezes surgem pérolas assim, e são álbuns como “Look Inside” que nos premeiam por estar atentos.

9/10
Fernando Ferreira

Aeon Zen – “Transversal”

2021 – Layered Reality Productions

Ainda sou surpreendido por bandas que não conhecia e que já existem há bastante tempo. Os Aeon Zen começaram a carreira em 2008 e têm vindo a lançar álbuns regularmente, com “Transversal” a assumir a sexta entrada na sua discografia. A sonoridade é de metal progressivo que faz pensar na nova escola europeia com retinques de rock progressivo. Ou seja tanto nos faz pensar em nomes como Vanden Plas e Threshold como outros mais clássicos como Marillion antigo. Isto para vos situar porque os britânicos já têm uma sonoridade bem sólida e bem formada. Uma sonoridade que por vezes até vai por campos neo-clássicos e sinfónicos sem soar forçado. “Transversal” é um álbum muito fácil de cativar até mesmo para quem não é fã, já que na sua maioria os temas são bem curtos. Aliás, são dez capítulos que têm de ser ouvidos por completo o que leva à questão de ser um álbum bastante curto (meia hora apenas) mas ao qual facilmente voltamos à carga com muito mais para nos dar.

8.5/10
Fernando Ferreira

Thy Row – “Unchained”

2020 – Iron Bonehead Productions

Beast of Revelation é o novo projecto do vocalista John McEntee (Incantation) que conta ainda com a presença de Bob Bagchus (ex-Asphyx) na bateria e o baixista/guitarrista A.J. van Drenth (ex-Beyond Belief). ‘The Ancient Ritual of Death’ é o álbum de estreia do reconhecido trio, como uma sonoridade que junta numa insidiosa duplicidade o Doom com o Death Metal fazendo lembrar os primórdios de Paradise Lost ou mais recentemente os extintos Vallenfyre. Aos riffs arrastados, intrépidos e imponentes do Doom adensa-se a cavernosa, mórbida e monstruosa vocalização de John McEntee, fazendo de faixas como ‘The Great Tribulation’, ‘The Days of Vengeance’ ou o tema titulo ‘The Ancient Ritual of Death’ verdadeiros compassos de intensidade e brutalidade. ‘The Ancient Ritual of Death’ detém um impressionante e lento pulsar de peso e impetuosidade imperdível para quem aprecia este particular subgénero.

7/10
Jorge Pereira

Sunroad – “Walking The Hemispheres”

2021 – Musik

Primeiro contacto com esta experiente banda brasileira, Sunroad, uma banda que junta a temática do cristianismo com o metal progressivo, uma junção que por norma resulta bastante bem. Este trabalho, o oitavo da banda, é, logo à partida, especial por ser o primeiro com o vocalista/teclista brasileiro Steph Honde. A voz de Honde é rouca e tem um timbre mais próprio do hard rock mas encaixa perfeitamente no estilo da banda e tem poder para desempenhar a sua função da melhor forma. Apesar do rótulo metal progressivo, e não conhecendo os trabalhos anteriores, o hard rock é o que acaba por fazer mais sentido, quer em atitude quem nas próprias músicas. Um álbum sólido e com sonoridade clássica que tem a capacidade de sobreviver ao teste do tempo. De destacar a cover the U.F.O., “Try Me” a fechar o álbum.

8/10 
Fernando Ferreira

White Stones – “Dancing Into Oblivion”

2021 – Nuclear Blast

Sem grandes expectativas para conhecer este trabalho dos espanhóis White Stones, que é o segundo álbum da sua carreira e que surgiu pouco mais de um ano da estreia. E sem expectativas, posso dizer que foi uma autêntica montanha-russa. Inicialmente passou-me ao lado, depois quando me despertou para a vida, pareceu-me um death metal banal. Depois com mais um pouco de persistência, encontrei algumas indicações e apontamentos interessantes a nível técnico e de estrutura das composições. Isso deu algum alento para que voltasse a insistir com mais afinco. No final, não foi uma conversão completa mas muitas boas indicações para nos mantermos atentos ao futuro.

6/10
Fernando Ferreira

Damiano Biasutto – “Powered By Steel”

2021 – Edição de Autor

Terceiro álbum do guitarrista Damiano Biasutto cuja carreira discográfica a solo começou em 2019. Talento existe mas também existem alguns sinais vermelhors. Algo evidente pela capa. Não que seja horrível mas tem aquele ar amador e caseiro quje nos indica que alguém arranjou uma ilustração catita e um título (mais ou menos) apropriado (que no fundo até seria melhor para uma banda de heavy metal em 1984). E se sentimos isto ao ver a capa, que sensações nos traz a música propriamente dita? Algo muito próximo. Eu adoro música instrumental mas perante o alto nível de qualidade que temos, esta produção faz-me pensar nas produções caseiras que surgiam na net mais de vinte anos atrás. As coisas estão a um nível muito elevado. E não é soar datado, simplesmente. Até porque o retro até tem algum encanto. É soar datado na categoria das produções caseiras – onde ou soas bem e ninguém nota ou soas com pequenas questões a surgir como tons, som da bateria, mistura no geral. Não deixa de ser um álbum que os amantes do shredd vai gostar de ouvir uma vez ou outra mas até seria melhor Damiano ter apostado em desenolver melhor as técnicas de produção de forma a conseguir expor o talento que tem de forma superior.

6/10
Fernando Ferreira

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