Review

WOM Reviews – The Rumjacks / Viralata / Revoltone / Dishell

WOM Reviews – The Rumjacks / Viralata / Revoltone / Dishell

The Rumjacks – “Hestia”

2021 – ABC

A propósito de punk rock movido a folk, “Hestia” é uma excelente apresentação para quem não conhecia The Rumjacks. E até mesmo para quem conhecia e estava apreensivo/a com a mudança de vocalista (é o primeiro com Mike Rivkees na voz) de certeza de que baterá o pé e fará a festa ao som de coisas adoráveis como “Bullhead” e “Sainted Millions”. É aquele punk para cantar em bares cheios de cerveja na mão, para espantar as tristezas ou simplesmente celebrá-las – porque de tristezas não passam, certo? Podemos analisar as coisas até à exaustão, mas o que interessa mesmo é se tem efeito suficiente para nos causar uma reacção emocional positiva. O resto são tretas. Por isso, vai um bailarico punk/folk?

9/10
Fernando Ferreira

Viralata – “O Último Pôr Do Sol”

2021 – Rastilho

Os Viralata conseguiram, graças a muito trabalho mas também a muito talento, tornar-se em pouco tempo uma das principais referências do punk rock mais melódico nacional. Como tal, o mais recente trabalho era esperado com expectativa, sendo que essa ditava que tivessemos malhas tão divertidas a falar de coisas sérias como mais sérias cheias daquela melodia memorável. “O Último Pôr Do Sol” vai ao encontro dessas expectativas e até as supera com uma dose acrescida de maturidade. A banda já tem uma dose considerável de clássicos e aqui junta mais uns quantos candidatos ao posto. As nossas preferidas são “Duelo No Ecrã” e  “Os Abutres Têm Fome”, mas haverão outras que facilmente chegarão ao ter o devido espaço nas setlists da banda.

8.5/10
Fernando Ferreira

Revoltone – “For The Silent Voices”

2021 – Secret Entertainment

Diz o comunicado de imprensa de forma mais ou menos poética, de que os Revoltone é o resultado de amor daquilo tudo que sentimos, vemos, ouvimos, digerimos e defecamos. Que é uma forma honesta de lidar não só com a nossa raiva e frustrações mas assim como com a nossa alegria. Eu diria que toda a música (boa e/ou má) que tenha um impacto emocional em nós tem este poder. “For The Silent Voices” é punk rock melódico e com um olho rápido para sacar aqueles refrões memoráveis. Refrões e memoráveis que se colam tão facilmente à nossa cabeça que chega a ser impressionante. Isto sem ir ao encontro de uma personalidade musical demasiado comum. Dá para sentir a sua identidade até de pequenos detalhes, pequenas coisas que se vão tornando cada vez mais evidentes a cada audição. O segredo da simplicidade.

8/10
Fernando Ferreira

Dishell – “Teutonic Beat”

2021 – Selfmadegod

Castanhada teutónica, é uma forma de descrevermos e traduzirmos este segundo disco dos Dïshell. Afinal, porrada na lombeira é o mote ao longo dos dezoito minutos que compõe o álbum dos polacos. Poderá parecer pouco – e efectivamente é – mas é também o caso de aproveitar ao máximo o tempo disponível e isso é algo que a banda faz com mestria. Como o próprio nome indica, temos aqui a veneração aos Discharge e ao seu d-beat, ao qual se junta um pouco a abrasividade do crust e o peso do death metal. Para ouvir em repeat.

8/10
Fernando Ferreira

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