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WOM Reviews – Vhäldemar / Squealer / Primal Fear / Velvet Viper / Saber Tiger / Jaded Heart / Devil’s Desire / Tension Rising

WOM Reviews – Vhäldemar / Squealer / Primal Fear / Velvet Viper / Saber Tiger / Jaded Heart / Devil’s Desire / Tension Rising

Vhäldemar – “Straight To Hell”

2020 – Fighter Records

Poder. Os Vhäldemar (atenção, não confundir com o cunhado do talhante do mercado) poderão ter um nome dos menos apelativos que se poderia arranjar para uma banda de power metal mas o seu som compensa certamente toda e qualquer falha. Poderoso mas sem se deixar levar por melodias demasiado adocicadas, os Vhäldemar vieram para mostrar que é possível fazer power metal com ênfase no power. Base heavy metal, melodias e refrões que nos impelem para o combate, “Straight To Hell” é um álbum diverso mas que não chega a cansar nem num tema mais emocional como “When It’s All Over”. Um grande álbum.

9/10
Fernando Ferreira

Squealer – “Insanity”

2020 – Pride & Joy And Music

Temos que valorizar uma banda como os Squealer. Quase quarenta anos de carreira e embora tenham andado desaparecidos durante algum tempo, nunca cessaram oficialmente funções. “Behind Closed Doors” foi o regresso após esse longo intervalo nas edições e “Insanity” continua o momentum deixado. A banda alemã sempre teve duas vertentes, uma mais próxima do heavy/power metal e outra mais próxima do thrash e podemos dizer que isso contiua uma realidade aqui, no entanto também temos algumas guinadas estilísticas que poderão ser surpreendentes. “Low-Flying Brains” traz-nos um gosto adocicado que não esperávamos, uma música que se vivessemos num outro mundo poderia muito bem passar na rádio. Nada contra os flirts ao mainstream – não sou sou fundamentalista do virando costas ao mundo, orgulhosamente sós – mas neste contexto julgo que não resulta, principalmente quando está posicionada como enclave entre dois dos temas mais intensos do álbum ”My Journey” e “Hunter Of Myself”. É esse tema também representativo daquilo que faz com que este álbum não tenha o impacto que a inicio parece ter. Certas melodias e certos riffs que parece que vão contra o andamento metálico que vem de trás. Sólido mas não tão sólido quanto se desejaria. O que vale é que está do outro lado é mesmo de qualidade elevada.

8/10
Fernando Ferreira

Primal Fear – “Unbreakable”

2012 / 2020 Nuclear Blast

Último álbum reeditado pela Nuclear Blast da série de trabalhos dos Primal Fear e aqui pode-se logo constatar que a banda alemã está de volta ao que tão bem sabe fazer: Heave metal clássico e à boa maneira de Judas Priest. Por esta altura já é à boa maneira dos Primal Fear e quando se sabe fazer algo tão bem, por muito que se tenha vontade de inovar, mais cedo ou mais tarde vai-se voltar a isso mesmo. O início com a intro orquestral “Unbreakable Pt. 1” quase que nos engana mas o que temos de seguida é um álbum clássico do início ao fim, inclusive a “Unbreakable Pt. 2”. Quando desvios, certas bandas nunca se afastam para longe. E por muito tempo!

9/10
Fernando Ferreira

Velvet Viper – “Pilgrimage”

1989 (como Zed Yago)  / 2020 – Massacre Records

Esta tem de ser uma das mais estranhas reedições que vi. Tentar resumir a história, os Zed Yago eram uma banda de heavy metal alemã e de grande qualidade. Após dois álbuns, a banda desfez-se e a sua frontwoman, Jutta Weinhold e o baterista Bubi (entretanto falecido) resolvem criar estes Velvet Viper os quais se manteriam activos durante mais três anos. Voltando em 2017, a banda já editou dois álbuns (em 2018 e 2019 respectivamente) e este ano reeditou os primeiros álbuns Zed Yago, sobre a designação de Velvet Viper. Uma decisão que me deixa indecisos em relação à sua validade. Tendo em conta que os Zed Yago também voltaram (um bocado antes, em 1998) e também têm estado activos, será que esta foi uma forma de garantir os direitos sobre as duas obras? Apesar desta incerteza da moralidade da questão, aquilo que é certo é que este é mesmo um grande álbum de heavy metal, que apesar de soar datado devido à produção, envelheceu muitíssimo bem. Resta dizer que esta versão é remasterizada e que ainda nos é apresentado com temas bónus que são igualmente bons. Portanto, esquecendo as questões legais, é excelente álbum de heavy metal. Agora se é um excelente álbum de heavy metal dos Zed Yago ou dos Velvet Viper, isso é que é ainda não consegui determinar.

9/10
Fernando Ferreira

Saber Tiger – “Obscure Diversity”

2018 – Sliptrick Records

Os Saber Tiger já têm uma longa carreira cujo início remonta a 1983, apesar de terem lançado o seu primeiro álbum apenas na década de noventa. Este é já o seu décimo quinto e percebe-se que a banda já sabe muito bem o que faz. E o que faz, fá-lo muito bem. Heavy/power metal à americana, com um gosto acrescido pelos riffs poderosos e pela fórmula de misturar o mundo do heavy metal com o do progressivo, sem o fazer de forma descarada – não que houvesse algum problema se o fizesse de forma descarada. Conjunto forte de canções e vontade de ver o que está para trás.

8/10
Fernando Ferreira

Jaded Heart – “Stand Your Ground”

2020 – Massacre Records

Sem chegar a lugares cimeiros do campeonado do heavy/power metal, os Jaded Heart têm construído uma carreira discográfica que prima pela regularidade. Este é já o seu décimo quarto álbum, o que não deixa de ser uma marca interessante. Em termos práticos, este “Stand Your Ground” é mais um bom conjunto de temas onde o heavy e o power metal tipicamente alemães se fundem. O resultado é bom mas também não deixa de trazer aquele sabor amargo do “mais do mesmo”. São nos temas mais uptempo que as coisas se tornam mais interessantes como “Hero To Zero” mas no geral  é um bom trabalho para aqueles que já sabem o que vão encontrar.

7/10 
Fernando Ferreira

Devil’s Desire – “The Soul Remains Alive”

2020 – Edição de Autor

Projecto belga/brasileiro entre Gio Smet (tudo menos guitarras e voz) e Jeff Metal (voz) que conta ainda com a colaboração de Cleyton De Souza. O início até nos apontava na onda de um black metal melódico (ou algo parecido), numa intro que parece que morre a meio. Um fosso separa essa intro com o resto que surge de seguida. A sonoridade é a típica de uma produção caseira e aquilo que temos acaba por não ser propriamente memorável. É, todavia, um ponto de partida que poderá dar mais frutos no futuro. Basta para isso apenas ter um pouco de melhores condições e temas que consigam ir para além dos lugares comuns do power metal mais sinfónico. Salienta-se o trabalho nas guitarras, bem interessante.

5.5/10
Fernando Ferreira

Tension Rising – “Penumbra”

2020 – Edição de Autor

Os Tension Rising voltam à carga seis anos após a estreia e o som que trazem consigo soa cansado como se tivesse sido feito em 2004. Não quero quero ser mal entendido, o som está poderoso o suficiente para que o peso seja o principal beneficiado mas as composições em si, este groove a querer ser thrash mas sem chegar a sê-lo propriamente por andar sempre no midtempo já há muito tempo que não é novidade e para ter um impacto forte teria de se apresentar de uma outra maneira. Interessante mas não consegue empolgar infelizmente.

5/10
Fernando Ferreira

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