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WOM Reviews – Warlung / Cortez / Celestial Season / My Death Belongs To You / Treurwilg / Phobos Monolith / The Wake / Vulgarian

WOM Reviews – Warlung / Cortez / Celestial Season / My Death Belongs To You / Treurwilg / Phobos Monolith / The Wake / Vulgarian

Warlung – “Optical Delusions”

2020 – Heavy Psych Sounds

Boa onda, é o sentimento que fica. A capa impressiona pelo impacto que tem (uma fantástica ilustração que encaixa perfeitamente no título) mas também por nos trazer um bocado de feeling retro. Algo que obviamente sabemos que vamos encontrar na música, com o fuzz dos norte-americanos a andarem pelo rock clássico da década de setenta assim como também de um feeling proto-heavy/doom metal que temos em abundância em temas como “Order Of The Solar Temple” e “No Man’s Land”. Não há aqui preopotência, não há nada mais do que apenas amor à (boa) música e uma vontade de “groovar” ao som deste disco.

9/10
Fernando Ferreira

Cortez – “Sell The Future”

2020 – Ripple Music

Os Cortez surgem em grande forma. Apesar do tom apocalíptico da sua capa, este é um álbum que nos traz esperança. Esperança que só o bom (heavy) rock poderá trazer. Sim, até mesmo nos momentos mais lentos – que os temos aqui – essa esperança não esmorece. Pelo contrário, dá-nos força, porque malhões como “Deceivers” e “No Escape” não deixam de ter altos níveis de energia. E ao mesmo ainda se encaixa perfeitamente dentro de um espírito doom ou stoner. Seja de que família for, é um vício à antiga.

9/10
Fernando Ferreira

Celestial Season – “The Merciful”

2020 – Vic Records

Reedição das duas primeiras demos dos Celestial Season, a “Promises” de 1992 e a “Promo 1994”. É um autêntico tesouro e uma forma fantástica de completar a colecção para os fãs, tal como eu, que ficaram desde sempre apaixonados pelos primórdios da banda. My Dying Bride é sem dúvida um nome que faz muito eco principalmente nos primeiros temas, e podemos até acusar alguma falta de originalidade em relação à sua identidade, principalmente nos temas da primeira demo. Agora os temas da “Promo 2004” é que são o verdadeiro tesouro para mim, principalmente a “Above Azure Oceans”, um tema de uma beleza indiscritível. Os outros dois temas que os acompanham também não se ficam nada atrás. Aliás só por estes três temas vale a aquisição desta compilação.

9/10
Fernando Ferreira

My Death Belongs To You – “The World Seems To Be Fading”

2020 – Funere

E agora que tal um funeral doom que é para abrir o apetite e fazer ganhar um gosto maior pela vida? Provavelmente as contra-indicações de “The Worlds Seems To Be Fading”, a estreia de My Death Belongs To You são exactamente as contrárias. É provável que a esperança de vida após esta quase hora de hinos funebres reduza drasticamente. Mas ainda assim não é razão para que não se ouça. Claro que é preciso ter uma especialização em funeral doom – a base doom metal por si só não chega – para podermos apreciar a vida (ou morte) como ela é apresentada aqui. Lenta, de tal forma que até o que nos rodeia parece andar um pouco mais lento, mas tudo muito mais intenso. É preciso saber apresentar o funeral doom de forma interessante porque este é um estilo fácil de cair no marasmo, mas isso não acontece aqui. Todavia, recomendado apenas para apreciadores.

8.5/10
Fernando Ferreira

Treuewilg – “An End to Rumination”

2020 – Edição de Autor

Sempre considerei o doom metal o estilo de metal “normal”, mas estranho de todos os pertencentes a este grupo. Uma bandas conseguem reduzi-lo a 1 batida por segundo e convertê-lo noutros géneros, outras conseguem através de sons repetitivos criar músicas viciantes e outras conseguem-no adotar de forma tão alternativa que conseguem criar atmosferas algos esperançosas através das raízes mais obscuras. Treurwilg parece-me pertencer a este último grupo, pelo menos a julgar pelo seu último lançamento, An End to Rumination. Não se deixem enganar, os temas do álbum são claramente depressivos como qualquer outra banda que envergue a bandeira do doom metal, só que através de a adição de certos elementos mais melódicos, cria-se quase que (ironicamente), uma atmosfera positiva em todo o álbum (ou simplesmente sou eu que já nem consigo sentir o ambiente). Passando ao que interessa, acho que o melhor conjunto de adjetivos que definem este álbum é o de “bela e o monstro”. Toda a sonoridade que a banda desenvolve é uma que agarra e não solta, contudo, enquanto que por um lado são oferecidos raros momentos de introspeção de que todos necessitamos através de melodias agridoce (a segunda faixa é exemplar neste aspeto), de igual forma também se desenvolvem outras sonoridades mais pessimistas que para mim não são tão atrativas quanto as anteriores, mas que claramente compactam aquilo que é ser doom.

8/10
Matias Melim

Phobos Monolith – “When The Light Will Fade”

2020 – Pest Records

Este EP de estreia dos Phobos Monolith contém cinco faixas que vão buscar os tempos áureos do death/doom metal melódico, sempre com os leads a debitar ganchos a torto e direito, como se estivessemos novamente nos meados da década de noventa. É logo o que acontece com “The Fractal Undertow”, o tema de abertura. Para quem cresceu a ouvir este estilo de música, isto entra imediata. Talvez soe um bocado old school, mas não deixa de ser (excelente) música).

8/10 
Fernando ferreira

The Wake – “Born In 84, Died In The 84th Year”

2020 – Loud Rage Music

Regresso do projecto conhecido como The Wake que conta com membros Protest Urban e Night In Gales, embora não se saiba muito bem quem são. A banda lançou a sua estreia três anos atrás (de boa qualidade por sina) e agora está de volta com este EP que tem um título enigmático e é composto por apenas uma faixa de quinze minutos. Uma faixa apenas que condensa todo o potencial melódico da banda dentro do death, black e doom metal. Um regresso que sabe a pouco mas sem dúvida positivo.

8/10
Fernando Ferreira

Vulgarian – “Human Scum”

2020 – Edição de Autor

Bem vindos a um mundo de dor e sujidade, um mundo, infelizmente, bastante real. “Human Scum” mete o dedo na ferida, uma ferida onde muitos insitem em que é a nova normalidade. Consta que a banda nasceu no dia a seguir às últimas eleições presidenciais norte-americanas e não é difícil perceber o porquê da necessidade de inverter a tendência de um mundo cada vez mais embrenhado em fake news e lavagem cerebral massificada. As armas da banda são a violência através do sludge, crust, punk e hardcore. Não é nada refinada mas também isso seria a última coisa que se esperaria deles. Estreia discográfica de uma banda que, parece-me, terá muito assunto para digerir e processar na forma de música feia, porca e má. Como os donos disto tudo.

7/10
Fernando Ferreira

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