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WOM Reviews – Wombbath / Basement Torture Killings / Akurion / Black Curse / Ritual Mass / Savage Annihilation / Deface / Slaying Of Death

WOM Reviews – Wombbath / Basement Torture Killings / Akurion / Black Curse / Ritual Mass / Savage Annihilation / Deface / Slaying Of Death

Wombbath – “Choirs of the Fallen”

2020 – Soulseller Records

Provavelmente este não é um nome verdadeiramente desconhecido para muitos de vocês, até para mim que nunca ouvi nada desta banda, reconheço o seu nome dos cenários mais pesadões do metal. Com 30 anos de existência (começaram com outro nome), esta banda tem vindo a produzir muita coisa digna dos cenários mais krieg do metal, por outras palavras, relativamente poucos álbuns e uma combinação de EP’s, Singles e Splits maiorzita, que provavelmente ainda seria maior se não tivesse sido a pausa que a banda tomou em 2010. Assim sendo, Choirs of the Fallen é o mais recente dos troféus desta banda. Lançado em Março, este álbum é um trabalho de death metal obscuro relativamente cru para aqueles que não se prendem a este género em específico, contudo não deixa de ter qualidade até para o ouvinte menos acostumado, porque sinceramente este álbum serviu-me de gateway drug para todo o monumento musical desta banda. A força demolidora que a banda demonstra neste álbum é de facto algo a ter conta, na medida em que conseguem a sua sonoridade destrutiva sem apresentar quase nada de ritmo caótico, uma das principais coisas que me afasta dos géneros mais pesados. O álbum é constituído por 99% destruição musical organizada potente e 1% de momentos de calmia mais ou menos generalizada (como são exemplos alguns segmentos de We Shall Remain). Ainda surge um momento que me parece curioso que é o do início de Taste of Death que combina uma sonoridade de background mais melancólica e na frente um death metal extremamente destrutivo. Como disse, esta review é feita por mim que não tenho conhecimentos anteriores nenhuns sobre a banda, mas talvez isso me torne mais imune à tendência de classificar um trabalho baseando-me nos “good ol’ days”, portanto definitivamente este é um trabalho que considero esmagadoramente positivo.

9.5/10
Matias Melim

Basement Torture Killings – “Lessons In Murder”

2020 – Bizarre Leprous Production

Depois de ver os Basement Torture Killings ao vivo, numa excelente prestação no Oeste Underground, posso dizer que fiquei imediatamente fã, com uma intensidade impressionante em cima do palco. Podemos dizer que em estúdio essa brutalidade está bem afinada. Quarto álbum, curto e grosso, com o death/grind apurado. Tudo no ponto certo, com as guitarras a soarem mais brutais que nunca e onde os riffs são aquela cereja em cima do bolo. Beryl está com um vozeirão mais potente que nunca e é a cereja em cima de bolo que dá vontade de devorar. Lições em brutalidade que qualquer estudioso de death/grind não vai querer/poder dispensar.

9/10
Fernando Ferreira

Akurion – “Come Forth to Me”

2020 – Redifining Darkness Records

Uma mistura perfeita de apredejamento e melodia metaleira como poucos conseguem – é assim que este álbum começa. Os Akurion são uma banda canadiana formada em 2012 que apresentou o seu primeiro álbum em Abril, e como bons representantes do metal que somos, não poderíamos perder esta oportunidade de saltar para o dentro destes mares violentos. Como qualquer banda orgulhosa de usar o seu título de tech death, este grupo apresenta Come Forth to Me com a única intenção de rebentar cabeças, e definitivamente conseguiram-no fazer comigo. O álbum funciona excelentemente a todos os níveis e distingue-se pela diversificação de vários instrumentos, como é o caso da bateria que é basicamente incapaz de se prender a monotonias repetitivas. Como penso ser mais costume no género, todas as faixas desenvolvem-se temporalmente sem ficarem reféns de estruturas de “melodia-refrão-solo-refrão” o que as dota de uma certa positiva imprevisibilidade.
Esta é uma review mais curta para um grande álbum(tanto em tempo como em qualidade), contudo isto ocorre porque independentemente de se gostar ou não é impossível apontar o dedo à banda por falta de esforço e/ou criatividade, porque de facto é uma experiência detalhada.

8.5/10
Matias Melim

Black Curse – “Endless Wound”

2020 – Sepulchral Voice Records

Certas estreias caem-nos em cima do colo como uma força que até ficamos um bocado à toa. Neste caso, ficámos, concretamente, trinta e oito minutos e quarenta e três segundos. O tempo de duração de “Endless Wound”. Depois lá nos recuperámos para mais umas doses. Os Black Curse trazem-nos death metal para lá de cavernoso, bem sujo e bem negro. Uma autêntica chapada na tromba e uma regressão agressiva até tempos bem mais simples na música extrema. Uma regressão sem pretensões nostálgicas, porque este tipo de coisa ainda soa muito bem hoje em dia.

8.5/10
Fernando Ferreira

Ritual Mass – “Abhorred In The Eyes Of God”

2019/2020 Caligari Records

Reedição em cassete do EP lançado no ano passado pelos Ritual Mass. Death metal cavernoso e bruto, com alguns consideráveis níveis de técnica – sem entrar em loucuras, claro – indicado para quem tem saudades daquilo que o estilo apresentava no final da década de oitenta. Ou pelo menos assim queremos acreditar, tendo noção que o poder aqui evidenciado era raro aparecer por lá. Para fãs de Bolt Thrower antigo.

7.5/10
Fernando Ferreira

Savage Annihilation – “Soumises À La Procréation”

2020 – Xenokorp

Death metal bruto e que nos chega por parte das mãos de uma das grandes bandas francesas, os Savage Annihilation. Aqui trazem-nos quatro músicas originais – vamos considerar a “When The Slayer Bangs His Head” como original apesar de ter sido escrita usando riffs compostos por Jeff Hanneman – gravadas nas mesmas sessões do último álbum “Quand S’Abaisse La Croix Du Blasphème” e ainda duas covers – “When Satan Rules His World” dos Deixide e “Savage” (divinal) dos Helloween. No geral é um complemento para o referido álbum – e tendo em conta a duração, até poderia ter sido lançado nesse mesmo trabalho que só reforçaria o seu poder. É um bom complemento e aquisição para os fãs.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Deface – “Blatant Denial”

2020 – Metal Scrap Records

Este é um mixed bag; é bom mas tem uns requebres valentes nomeadamente no que toca às faixas mais repetitivas. Os Deface são uma banda israelita de 2001 que passou os últimos dez anos a escrever as faixas deste debut; o resultado é um álbum com um número grandito de faixas e dedicado a uma fusão de groove e death em que é particularmente difícil dizer qual deles é efetivamente o género dominante. Assim sendo Blatant Denial surge como um álbum que pretende ser um monumento à “tendência humana para ignorar o óbvio”, uma mensagem meia estranha já que o “óbvio” do censo comum muitas vezes está errado ou não é plenamente claro e leva a populismos cegos… talvez seja um álbum a criticar a minha posição de duvidar do óbvio; quem sabe?! Enfim, vamos ao que interessa. O álbum no seu todo é um bom trabalho com vários momentos de qualidade focados no aspeto energético da música metal, contudo sofre, a meu ver, bastante nas faixas menos complexas em que, como os próprios anunciam no seu material promocial, só há três riffs. Isto leva a frequentes revirares de olhos porque apesar de serem na maioria faixas relativamente  médias curtas, de duração à volta dos três/quatro minutos, a verdade é que a repitação é bastante notada e torna-se rapidamente maçadora. Felizmente, este não é o caso maioritário do álbum mas só de umas poucas faixas, notando-se um maior desenvolvimento na maioria do álbum. De resto, Blatant Denial prende-se muito na sua atmosfera permanecendo bastante circunscrito à sonoridade que apresenta desde o início ao fim do àlbum, não uma crítica mas antes um aviso que não encontrarão aqui uma montanha-russa de sonoridades. Como disse de início, é um bom álbum com altos nívies de energia mas que quando tropeça, tropeça a sério para quem não gosta de sonoridades mais “limitadas”. PS: Mas os solos são por norma bons.

7/10
Matias Melim

Slaying Of Death – “Spiritual Orphans”

2020 – Edição de Autor

Muitas vezes falámos aqui de bandas que nos fazem relembrar tempos idos e também muitas vezes já dissemos que essa não é, à partida, razão para se ter um bom álbum. “Spiritual Orphans” consegue capturar na sua essência aquilo que havia de especial no death metal mais melódico (antes de ser propriamente estandardizado pela fórmula sueca) no início da década de noventa. A questão é que hoje em dia, esse impacto fica-se mesmo pelo romantismo porque na prática a produção crua, assim como algumas da vocalizações (limpas) e das estruturas das músicas em si mostram que houve um motivo para a evolução. Como somos a favor da mesma, não há razão também para cortar aqui as pernas.

6/10
Fernando Ferreira

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