Report

WOM Report – Toxikull, Mindtaker, Hollow Groove @ RCA Club, Lisboa – 12.12.21

Correndo o risco de passar a mesma mensagem constantemente, não deixa de ser animador perante o cenário incerto (e que tem vindo a agravar-se) termos o privilégio de termos noites como aquela que tivemos ontem no RCA Club. É importante aproveitar todas as oportunidades que temos para celebrar a música e pena foi mais não terem acorrido ao chamado. Os Toxikull regressavam de Espanha onde tiveram uma série de concertos bem sucedidos e vieram para Lisboa acompanhados pelos Mindtaker e Hollow Groove para uma grande noite de música pesada.

A noite começou com os Hollow Groove que davam o seu primeiro concerto e que também saiam fora do género musical das duas bandas mas que apesar destes dois factores tiveram uma bela prestação. Carlos Matos, na bateria, o senhor espectáculo em pessoa (Reverent Tales e ex-Shame On You Humans) é sempre garantia de boa disposição e de energia, além da solidez rítmica complementada por Sérgio (Shame On You Humans), faltando apenas Sérginho na guitarra (e onde soltou bons solos) e Bárbara Isidro, dona de uma grande voz e de uma boa presença de palco. A sonoridade da banda assenta mais no rock alternativo mas ainda assim conseguiu deixar uma boa impressão e arranjar fãs entre o público.

A segunda banda da noite foram os Mindtaker e eles regressavam a Lisboa com uma formação renovada e para apresentar o álbum de estreia lançado no ano passado – malefícios da pandemia que obrigou as apresentações ao vivo a serem adiadas consecutivamente. Tinhamos visto a banda de Évora num dos últimos (grandes) concertos antes do fecho generalizado  e agora voltaram com mais um guitarrista, Diogo, uma excelente adição para um conjunto já fortíssimo em cima dos palcos (e em disco). O foco naturalmente foi a já citada estreia, “Toxik War”, mas foi atacado com especial fúria que contagiou todos os presentes, provocando diversos circle pits ao som de “Down To Terrorism” e “Drink Beer For Thrash”. Provaram estar cada vez mais letais e quem fica a ganhar é quem comparece para levar com esta pura energia.

Não muito tempo depois chegava a vez dos Toxikull subir ao palco e dar uma autêntica licção em heavy/speed/thrash metal. O entrosamento em palco foi extremamente coeso e a entrega de temas já clássicos como “The Nightraiser” e “Surrender Or Die”, os dois de abertura. Uma abertura que elevou a fasquia, já de si alta, da expectativa que se tinha para este regresso aos palcos nacionais. A dupla vocal Lex e Antim continua imbatível a complementarem-se e a trazerem uma maior dinâmica vocal enquanto instrumentalmente, tanto o próprio Lex e Michael Blade deram cartas com mestria nos riffs e nos solos. Ritmicamente Antim a ser bastante sólido assim como Tomás, o novo baterista que se estreou com a banda em Portugal – depois obviamente das recentes datas em Espanha. Uma estreia que lhe ficará na memória certamente assim como na nossa.

O alinhamento foi bem espalhado pela carreira da banda mas quero destacar dois dos singles que a banda lançou recentemente, “Darkness” e “Metal Defender”, este último a fechar o concerto e a assumir proporções épicas, ligeiramente mais longo do que a versão original. Sem dúvida já um hino dos Toxikull Este regresso da banda aos palcos nacionais não deixou de ser reconhecido e agradecido tanto ao RCA Club, como à Amazing Events, assim como às bandas que antecederam mas sobretudo ao público que compareceu. Extremamente importante não desistir, continuar a lutar pela música, mesmo quando os ventos são contrários. E no processo, vão se coleccionando noites inesquecíveis, como foi o caso.

Texto Fernando Ferreira
Fotos Sónia Ferreira
Agradecimentos Amazing Events


 

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