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WOM Reviews – Heaven Shall Burn / Body Count / Peter And The Test Tube Babies / Slime / August Burns Red / Saviour / Solar Flare Records / Origin Of Infinity

WOM Reviews – Heaven Shall Burn / Body Count / Peter And The Test Tube Babies / Slime / August Burns Red / Saviour / Solar Flare Records /
Origin Of Infinity

Heaven Shall Burn – “Of Truth & Sacrifice”

2020 – Century Media Records

Gostei de “Wanderer”. Não foi um álbum que me tivesse marcado particularmente olhando agora à distância e avaliando melhor o resto da carreira da banda, mas é inegavelmente um álbum com qualidade. Quatro anos depois e estamos prontos para receber o capítulo seguinte. E não estavamos preparados para isto. Antes que se pense que a banda tenha feito uma revolução no som, não se trata exactamente disso, até porque “Of Truth & Sacrifice” é um seguimento lógico de “Wanderer”. Apenas é mais ambicioso e de certa forma mais memorável, apesar de ser duplo e de serem no total dezanove músicas (19!). Há espaço para alguma experimentação (sobretudo com as sonoridades mais electrónicas como na “La Résistance”), mas não se sente que seja um filler e o foco não deixa de ser o death metal melódico – que se sobrepõe quase por completo ao metalcore. É um álbum extremamente completo ainda que tirando a experimentações não ficaria um trabalho muito mais fraco. Apenas não fosse talvez tão marcante.

9/10
Fernando Ferreira

Body Count – “Carnivore”

2020 – Century Media Records

Apesar de ser um grupo intimamente ligado às sonoridades mais urbanas, os Body Count estiveram um bocado à margem daquilo que foi o nu metal, apesar de terem sido um dos primeiros grupos a fazerem o crossover entre rap/hip hop e metal a sério – ou seja, sem nos estarmos a referir a experiências como os Anthrax fizeram. Após andarem por uns tempos mais sumidos, a banda voltou com uma série de álbuns que os tornou novamente apetecíveis para os fãs de sonoridades mais pesadas. “Carnivore” vem na linha dos mais recentes trabalhos embora se sinta a aproximação em termos de guitarra ao metalcore e ao deathcore, o que não sendo bom ou mau, é refrescante e não mexe em nada na sequência acima da média que a banda tem tido nos álbuns. As participações e a cover já são habituais mas todas elas revelam-se válidas – e a participação inesperada de Amy Lee é, de forma surpreendente, o momento alto do álbum.

8.5/10
Fernando Ferreira

Peter And The Test Tube Babies – “Fuctifano”

2020 – Arising Empire

Os Peter And The Test Tube Babies são um daqueles nomes clássicos do punk britânico que muitos não conhecerão. A banda é conhecida pelo uso do humor e sarcasmo nas suas letras, mas sempre com um impacto certeiro (como a incontornável “Facebook Loser”, que deverá o mais poderoso retrato da realidade contemporânea, bem revela). “Fuctifano”, traz-nos o seu street punk, tal como sempre esperávamos, como muitos cânticos, com alguns elementos de ska e com inúmeros cânticos que fazem com que seja um destaque obrigatório entre os lançamentos punk de 2020. Daqueles para rodar com balanço porque quando se chega ao final, dá-se mais uma voltinha.

8.5/10
Fernando Ferreira

Slime – “Wem Gehört Die Angst”

2020 – Arising Empire

O punk alemão é sem dúvida uma das cenas mais fortes da Europa ainda que essa força se perca um bocado fora das suas fronteiras, mas é inegável do seu poder, algo que podemos comprovar facilmente com este “Wem Gehört Die Angst”. Sendo que a acutilância das palavras é normalmente bastante importante para o impacto, os Slime fazem-no unicamente através da força da sua música no global. Não fazemos a mínima ideia do que cantam,  mas soa-nos bem, soa-nos a algo que deverá fazer sentido (e por vezes, no mundo da música, é melhor mesmo não saber o que estão a dizer) porque melodicamente, tudo bate no sítio certo. Punk poderá sempre ser algo simples, sem precisar de grandes exigências, mas sem alma… nada feito.

8/10
Fernando Ferreira

August Burns Red – “Guardians”

2020 – Fearless Records

Vou declarar já a minha ignorância e dizer sem medos que não conheço os August Burns Red. Ou melhor, não conhecia antes de ouvir “Guardians”. Não sabia que eram uma banda já com quase vinte anos de carreira nem que tinham sido duas vezes nomeados para os Grammy (o que por si só já diz bastante sobre o peso que os Grammy têm na vida de um apreciador de música comum). Parece que o álbum anterior da banda foi bem sucedido e como tal existem expectativas em relação a este. Como eu não tinha nenhumas, posso dizer que gostei bastante do que ouvi. Metalcore inteligente e sem grandes clichês – talvez a “Defender” encaixe nessa categoria – com um álbum que se ouve muito bem do início ao fim. Ficámos fãs da banda e até estamos dispostos a ir ouvir o que está para trás. Mais que não seja para ver se justificam as nomeações ao Grammy. Em “Guardians” já vimos que sim.

8.5/10
Fernando Ferreira

Saviour – “A Lunar Rose”

2020 – Believe Digital

A melodia sempre foi, desde o início da música pesada, a porta de entrada para atrair ouvintes que à partida até nem seriam atraídos de outra forma. Os Saviour fazem bom uso dessa velha máxima, muito graças à voz de Shontay Snow, que dão uma cor diferente até necessária a estes temas que poderiam soar algo corriqueiros de outra forma. “A Lunar Rose” contém o equilíbrio necessário entre o peso e a melodia para que consiga destacar-se da concorrência e, aliada à voz melódica já citada, que contrasta com a gutural de Bryant Best que está quase sempre omnipresente.Sem dúvida que uma bom sinal da cena australiana, com muito espaço para crescer.

7/10 
Fernando Ferreira

V/A – “Solar Flare Records”

2020 – Solar Flare Records / Atypeek

Compilação nos tempos actuais que seja interessante é porque é mesmo boa. É o que temos aqui nesta colecção de bandas que melhor fazem dentro do hardcore mais experimental e do noise rock, com algumas que se destacam como os Pigs, os Watertank e os The Great Sabatini, mas acaba por ser algo de gosto pessoal. No entanto, a variedade é mais que muita pelo que há para todos os gostos, mais melódicos, mais melancólicos, mais bruto, mais hardcore, mais noise. Recomendo!

7.5/10
Fernando Ferreira

Origin Of Infinity – “The Last Day On Earth”

2019 – 2020 Slovak Metal Army

Esta banda, ou projecto, nasceu em 2017, lançou a sua estreia no final do ano passado de forma digital mas apenas agora surge com a edição física e em vinil. Som moderno, algures entre o metalcore, o groove e o djent, este trabalho não impressiona por soar bastante genérico. Demasiado igual a muita coisa que já ouvimos (umas melhores, outras peiores) mas sem músicas que vão para além da força do som moderno e da distorção – que infelizmente também acaba por ter pouca personalidade.

5/10
Fernando Ferreira

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