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WOM Reviews – Hulder / Genus Ordinis Dei / Eternal Idol / Dark Tranquillity / Human Fortress / Arawn / Autumnblaze / Carnage Alpha

WOM Reviews – Hulder / Genus Ordinis Dei / Eternal Idol / Dark Tranquillity / Human Fortress / Arawn / Autumnblaze / Carnage Alpha

Hulder – “Godslastering: Hymns of a Forlorn Peasantry”

2021 – Iron Bonehead Productions

Um projecto solo de uma senhora digna do seu lugar no mundo de black metal. A capa deste album é composta de uma foto a cores com um desenho artístico em cinza que resulta numa apresentação deslumbrante. Destaque para o som de sintetizadores que encaixam bem neste estilo. Começa com black à medida e a meio do album passa por uma fase mais atmosférica, mostrando os dois lados da moeda. Boa produção para esta apresentação de estreia. Espera-se boas coisas de Hulder no futuro.

10/10
Fernando Monteiro

Genus Ordinis Dei – “Glare Of Deliverance”

2020 – Eclipse Records

Sendo esta uma banda que temos acompanhado, confesso que tinha expectativas para conferir este trabalho. Terceiro álbum e um conjunto ambicioso de temas, ficando essa ambição desde o início. Produção poderosa e um grande cuidado nos arranjos orquestrais que, mais que nunca, ocupam um lugar de grande destaque. A banda parece mais madura também, com uma identidade mais coesa que nunca. Sendo um trabalho de mais de setenta minutos, seria de esperar que se destacasse mais uma música que outra, mas tal até é blasfémia. Este é um trabalho para ouvir na íntegra, sem paragens, e sentir apenas todo o seu poder. Que é bastante. Um dos melhores da categoria de metal sinfónico do ano, definitivamente.

9/10
Fernando Ferreira

Eternal Idol – “Renaissance”

2020 – Frontiers Music

Os Eternal Idol regressam com o empolgante “Rennaissance”, com uma formação renovada e revigorada. Com Fabio Lione (Rhapsody, Angra) e Claudia Layline nos vocais co-solo, o guitarrista Nick Savio (Hollow Haze), o baixista Andrea Burratto (Secret Sphere, Hell In The Club) e o baterista Enrico Fabris, o segundo álbum do Eternal Idol é um misto épico de metal sinfónico e melódico que irá deliciar os fãs do gênero que valorizam composições intensas e performances bombásticas. Este disco tem muito por explorar e é mais uma forte novidade neste ano de 2020! Recomendo, claro!

10/10
Miguel Correia

Dark Tranquillity – “Moment”

2020 – Century Media Records

Vi com grande surpresa que os Dark Tranquillity mudarm de formação, saíndo Niklas Sundin (que é responsável pela fantástica capa) e entrando Christopher Ammott (ex-Arch Enemy) não esquecendo também a entrada oficial de Johan Reinholdz (Skyfire) que tinha substituído Martin Henriksson ao vivo desde 2017, sendo também o primeiro álbum que regista com a banda. Logo aí a principal questão é verificar o que mudou ou quão grande foi a mudança. Bem a mudança não foi muito grande. Pelo menos daquilo que podemos encontrar aqui não é nenhum terreno que não tenha sido já explorado, com a vertente melódica a surgir de forma moderna – algo que começou a ser devidamente explorado no já longínquo “Projector”. Não podemos dizer que é um álbum experimental, é um álbum que aposta em melodias de fácil absorção mas confia ainda numa identidade forte que faz com que seja simples afastar a ideia de que estamos perante uma entidade descaracterizada. Não é, contudo, um álbum que nos consiga agarrar como outros no passado nem sequer desafiar como, por exemplo outros como “Projector” ou “Fiction” desafiaram. Mau álbum? Longe disso. Apenas esperava algo melhor. Estarei certamente mal habituado.

8/10
Fernando Ferreira

Human Fortress – “Epic Tales & Untold Stories”

2021 – Massacre Records

Estes germânicos decidiram lançar uma compilação do vasto catálogo que possuem desde 1999. Metal épico com veia sinfónica demonstrando que estes não são verdinhos por estas paragens. Sempre que se lança compilações há sempre aquela possibilidade de  inconsistências sonoras e aqui é evidente. Desde diferente vocalista de um tema para o outro ou a qualidade da produção, uns temas mais fracos, outros mais detalhados. O preço que se paga em adicionar faixas de uma longa carreira. Certamente um para a colecção dos fãs desta banda.

8/10
Fernando Ferreira

Arawn – “Odkazy Doby”

2020 – Slovak Metal Army

Alguns defendem que existe uma relação entre a qualidade de uma banda de metal (normalmente extremo) e a caligrafia com que o seu nome é escrito (quanto mais ilegível, melhor). Já eu, como o grande entendido que sou no que diz a problemáticas que não lembram ao diabo, creio que o mesmo se aplica à enunciação do seu nome. Para ilustrar, peguemos nos checos Arawn (os arquivos do costume pediram-me que não confundisse com outra banda de mesmo nome, só que de Praga; os Arawn desta review são de Most)  e o seu segundo álbum que, a olho nu, parece ter sido nomeado com base em atirar letras aleatórias para se formar duas palavras: Odkazy doby (o grande tradutor do Google traduz em “links da época”…  uma expressão que todos conhecemos cá em ‘Tugal). Neste caso, a regra verifica-se: não sei como pronunciar o nome do trabalho, mas percebo claramente que é um trabalho excelente. O seu estilo foca-se no death metal algo melódico com uma dinâmica ao mesmo tempo calma e acelerada, permitindo algum dinamismo com a sua “rotação”. Há uma mistura saudável entre as sonoridades mais agudas e as sonoridades mais imponentes, apesar de que há uma clara preferência pelos primeiros, como seria de esperar pelo estilo de melodias desta banda. No todo, é um trabalho a agradar os seguidores do subgénero que mais gostam de se perder em línguas as quais não sabem falar.

8/10 
Matias Melim

Autumnblaze – “Welkin Shores Burning”

2020 – Argonauta Records

O mundo está, literalmente, nas couves. Temos o pessoal a ficar chalupa com teorias da conspiração janadas, os extremimos a ganhaem terreno e no meio, nós, só a tentarmos sobreviver da melhor forma. Bem, em caso de aperto, o melhor remédio é mesmo colocar a soar “Welkin Shores Burning”, o mais recente trabalho de Autumnblaze. A tensão arterial desce logo para metade, garantidamente. O problema é que isso também poderá causar estados de letargia avançada. Por outras palavras, este é um remédio que deve ser usado com moderação e que nem sempre será benéfico. A beleza destes temas é impressionante, inegavelmente, mas como um álbum gera-se aqui uma toada que poderá, potencialmente, tornar-se aborrecida. Portanto, voltando atrás e resumindo, se chegam de um dia particularmente stresssante poderá ser o vosso remédio caído do céu, mas se for um dia até que estejam bem com a vida e particularmente energéticos, então provavelmente vai-vos colocar de cama com vontade de dormir.

6.5/10
Fernando Ferreira

Carnage Alpha – “From There to Oblivion”

2020 – WormHoleDeath

From There to Oblivion é o álbum de estreia do duo sueco Carnage Alpha. O seu estilo prende-se ao melodic death metal marcado por uma sonoridade algo nostálgica. Na sua total duração, o álbum tende a seguir sempre mais ou menos o mesmo estilo épico com variações bem sentidas a nível do ambiente ora mais “triste” (2ª faixa) ora mais agressivo (3ª faixa). Apesar disto, este foi um trabalho que a não me atraiu particularmente: o estilo com as suas alternativas tornou-se, para mim, repetitivo e cansativo, ao ponto de que a meio do álbum já estava bem farto de o ouvir (se bem que a faixa-título ainda me reavivou os espíritos). Mas fica a recomendação àqueles que ainda adoram o subgénero; àqueles que já se encontram relativamente saturados, este é um trabalho comum de melodic death.

6/10
Matias Melim

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