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WOM Reviews – Living Tales / Crematory / Volturian / Winterblade / Aevum / Blossom Death / I Am The Arcane / Uriel

WOM Reviews – Living Tales / Crematory / Volturian / Winterblade / Aevum / Blossom Death / I Am The Arcane / Uriel

Living Tales – “Mirror”

2020 – Edição de Autor

E aqui está, o segundo álbum dos Living Tales. Primeira impressão geral, excelente som, excelente produção – embora a espaços o som possa soar um bocado comprimido demais. Mas vamos à música em si. Todas as boas indicações do álbum de estreia foram materializadas aqui. Som mais poderoso mas músicas também mas complexas. A banda está mais madura quer na abordagem aos dois estilos embora agora se note mais um acréscimo de protagonismo na frente progressiva, com mais espaço para a parte instrumental – caso existam dúvidas, ouvir a bela instrumental “Delusional Mind”, um deleite para os ouvidos. Muito superior ao seu antecessor e um excelente álbum que merece que leve a banda a um patamar superior.

9.3/10
Fernando Ferreira

Crematory – “Unbroken”

2020 – Napalm Records

As expectativas para um álbum de Crematory são claras. Ao sabermos o que esperar, isso pode não ser exactamente positivo, mas sendo Crematory, há uma certa fasquia que sabemos que será minimamente atingida. De certa forma “Unbroken” troca-nos as voltas com o tema-título que abre o álbum. Algo mais próximo do lado electrónico e da agressividade do que propriamente da melodia que tem caracterizado os seus anos mais recentes. Surpreendentemente, e apesar da melodia característica voltar, a agressividade nunca vai para longe e esse é um dos trunfos de “Unbroken”, a sua agressividade industrial e a forma como consegue baralhar as tais expectativas. Um bocado longo demais (quinze temas é manifestamente exagerado) mas com temas que acabam por nos fazer esquecer esse pormenor como “The Downfall” que tem tudo para se tornar um clássico. Talvez nunca voltem a ser o que já foram, mas evolução não é necessariamente má. E não o foi para os Crematory apesar de todo o meu cepticismo.

8.5/10
Fernando Ferreira

Volturian – “Crimson”

2020 – Scarlet Records

Os Volturian são uma banda de metal moderno fundada pela vocalista Federica Lanna (Sleeping Romance) e pelo compositor Federico Mondelli (Frozen Crown), baseada no enorme contraste entre vocais suaves e sonhadores e guitarras pesadas, com uma infusão maciça de música eletrónica.Um conceito interessante e de audição fácil.“New Life” é uma música bem estruturada, com excelentes riffs e a combinação dos vocais é deliciosa para os nossos ouvidos.Há por aqui grandes músicas e possivelmente o melhor momento surge em “In The Heartbeat” que conta com a colaboração de Giada “Jade” Etro, vocalista dos Frozen Crown.Mais um projeto, mais uma aposta, resta saber, o que acontece sempre nestes casos, o que virá a seguir…

9/10
Miguel Correia

Winterblade – “Long Nights”

2020 – Edição de Autor

É um projeto de uma pessoa só, de Norfolk, Virgínia. Começou em 2018 com uma canção-presente e cresceu para um álbum com letras “historicamente/mitologicamente” corretas. E evoluiu para um projeto de um álbum. Em termos musicais, a ideia de algo historicamente correto e mitologicamente acertado, pode funcionar muito bem regra geral. Se bem que para mim, a estranheza começa aqui. O álbum “Long Nights”, de Janeiro de 2020, é uma ambição de juntar a “realidade” com a música e a mitologia nórdica. Se há musicas que têm um feeling nórdico e de viking metal, outras ficam muito na fronteira da história e não da mitologia. A voz, essa, é de uma grande presença. Que puxa o nórdico, o viking, quando às vezes a musica fica à deriva de estilo. No entanto, com o sotaque apresentado, gostaria mais de ouvir estas músicas numa língua nórdica, acho que iam ganhar imensa profundidade. Assim, o álbum abre com “Sacrifice”, que remete para uma atmosfera de praia, em noite acabada de nascer, com uma profundidade de ambiente deliciosa, e convida a embarcar. “Valhöll” puxa novamente o ambiente nórdico no refrão. Antes dos últimos 38 segundos de loucura do “An adventure like you”, que termina oficialmente o álbum, “Shieldmaiden” quebra o ritmo, e não necessariamente da melhor maneira. Era de esperar que a musica do Valhalla fosse mais… melódica, ou ambiental. Em suma, acho que este álbum necessitava de mais uns meses de navegação, para ganhar mais batalhas.

6/10
Filipa Nunes

Aevum – “Multiverse”

2020 – DarkTunes Music Group

“Multiverse”, o terceiro álbum dos italanianos Aevum, insere-se na vertente de metal sinfónico. E se há alguns tempos isso poderia ser suficiente para que ficássemos esclarecidos, hoje em dia, dizer apenas metal sinfónico não nos dá garantias nenhumas daquilo que vamos ouvir. Felizmente já conhecíamos a banda e por isso já tínhamos mais ou menos ideia do que iríamos encontrar. Tendências modernas, aproximação (alguma pelo menos) ao power metal onde a voz masculina e feminina (operática) se vão revesando. Mais do que a forma, é o conteúdo que nos conquista mesmo que a eficácia deste tipo de coisa já não seja tão alta como era alguns tempos atrás. A voz de Lucille Nightshade é fantástica e é sem dúvida um dos pontos de destaque deste conjunto de temas.

7.5/10
Fernando Ferreira

Blossom Death – “Mistaken”

2019 – Sleaszy Rider

O nosso primeiro contacto com os gregos Blossom Death é precisamente este EP de três temas que os mostram como uma banda que se sente em casa quando toca metal gótico, bem melódico e cativante. Estão certamente a nadar contra a corrente já que este som não é particularmente popular hoje em dia, mas isso não lhes retira qualidade nem valor, ainda para mais quando conseguem fugir aos lugares comuns e ir por uma orientação mais roqueira como é o caso da “Pad Out”, tendo até algum potencial comercial – nos países onde o rock ainda têm uma palavra a dizer. Queremos ouvir mais.

8/10 
Fernando Ferreira

I Am The Arcane – “Societas Arcana”

2019 – Edição de Autor

Boa surpresa esta banda espanhola que inicia o seu caminho com um álbum forte de orientação gótica, com tanto influências rock, como metal. Se a voz de Daniel Magus nos soa invulgar, essa mesma voz acaba por cativar pela diferença (compreende-se quem tenha algumas dificuldades a encaixar o vibrato que ocasionalmente usa) enquanto as guitarras trazem o peso necessário. Feeling forte a noventas e temas que nos vemos a voltar muitas vezes. Bom começo.

8.5/10
Fernando Ferreira

Uriel – “Multiverse”

2019 – Wormholedeath

Confesso que houve alguma dificuldade em absorver este álbum. Apesar da sua dinâmica (vasta, que vai do gótico até ao death progressivo) confesso que nos custou a habituar um pouco às suas nuances. Sim porque nem é só boa a música que nos atinge como um raio à primeira, até porque há muita que atinge à primeira mas depois à segunda é completamente inconsequente. Neste caso, o factor esquisito para as suas soluções de composição acabam ser algo bom, dando um carácter excêntrico a algo que depressa se tornaria velho. Temas curtos, componente sinfónica reduzida ao máximo (harpa, violoncelo e violino) e capacidade para agarrar o ouvinte que não seja mouco. Ou pelo menos que não feche os ouvidos à primeira.

8/10
Fernando Ferreira

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