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WOM Reviews – Unleashed / Netherstorm / NecroticGoreBeast / Atrae Bilis / Infidel Reich / Alterizer / Cryptae / Feed The Corpses To The Pigs

WOM Reviews – Unleashed / Netherstorm / NecroticGoreBeast / Atrae Bilis / Infidel Reich / Alterizer / Cryptae / Feed The Corpses To The Pigs

Unleashed – “No Sign Of Life”

2021 – Napalm

Creio que não existam dúvidas em relação ao estatuto dos Unleashed no campo do death metal sueco. Não só são uma das bandas mais antigas e estáveis, como também uma das primeira (se não a primeira) a agarrar na abordagem da mitologia nórdica em vez da temática “tripas ao sol” do costume. A sua discografia é impressionante por um lado e por outro algo previsíve, sobretudo nos álbuns que apanharam a passagem do milénio – cinco anos para trás e outros tantos para a frente. Contrariamente ao expectável, a banda está cada vez mais apurada conforme os anos passam. Depois de um excelente “The Hunt For The White Christ” em 2018 regressam para mais um poderoso álbum que só não é perfeito pela prestação de Hedlund. E não, o vocalista não está a piorar com a idade (por acaso até acho que está a melhorar) mas sempre foi um dos elos mais fracos com a voz a não trazer a pujança que a música pede. É o que acontece aqui mas por outro lado, consegue-se perceber a quase totalidade daquilo que canta. Death metal que até nem soa sueco (sem aquele som de gravilha, que no fundo era resultado da falta de condições de gravação) mas por outro lado soa muito bem. Boas dinâmicas, temas vasriados, e um regresso de uma banda batalhadora que continua a mostrar que o death metal é um estilo com tanta longevidade como outro qualquer. Aliás, em termos instrumentais este álbum está tão bom que faz com até a voz soe bem. Só para se ver o nível daquilo que temos aqui.

9/10
Fernando Ferreira

Netherstorm – “The Steep And Savage Path”

2021 – Vidar 

Oito anos e finalmente aqui está o segundo álbum dos holandeses Netherstorm. Aquele death metal que consegue sempre causar boa impressão, principalmente pela forma como junta o peso bruto e dinâmico a uma dose sóbria de melodia. Tanto depois da estreia, provavelmente a banda vai soar como nova aos ouvidos de muita gente. Isto mesmo com um som que é mais tradicional que moderno. Ainda assim consegue ser e soar refrescante, principalmente na forma como cada música traz algo novo e excitante para cima da mesa. Para os apreciadores de música extrema mas que apreciam (e necessitam) as várias cores e nuances, esta é uma escolha mais que recomendada.

9/10
Fernando Ferreira

NecroticGoreBeast – “Human Deviance Galore”

2021 – Comatose Music

Os NecroticGoreBeast tinham deixado excelentes indicações em 2019 com o seu álbum de estreia auto-intitulado. O que faz com que as expectativas estejam previsivelmente nos píncaros para este segundo trabalho. E a banda canadiana dá-lhe com tudo. Sabemos que a dinâmica em tudo o que é brutal death metal (ou slam) é um bocado relativa. Mas de alguma forma os NecroticGoreBeast conseguem safar-se bem. Usam os lugares comuns mas depois injectam-lhe uma vida e uma garra que fazem toda a diferença para se destascarem da concorrência. Não se pode dizer que se tenha um álbum muito diferente da estreia mas o impacto continua a ser tão bom que é um daqueles tesouros de 2021 que vamos querer guardar.

8.5/10
Fernando Ferreira

Atrae Bilis – “Apexapien”

2021 – 20 Buck Spin

Claro que do Canadá, teríamos de ter mais uma banda bruta dos queixos, a debitar death metal como gente grande. Ao ouvir este álbum fica-se inicialmente com a ideia que o foco dos Atrae Bilis é sobretudo na vertente mais técnica e moderna mas depois atiram ali para o meio umas melodias inesperadas que no fundo não desvirtuam esse tal foco mas dão sem dúvida uma abrangência maior e superior em relação aquela que se esperaria inicialmente. Essa riqueza é mesmo o maior ponto de destaque num álbum que sendo curto e grosso (pouco passa da meia hora) nunca enjoa e mesmo assim consegue levar-nos numa viagem surpreendente e dinâmica pela brutalidade metálica.

8.5/10
Fernando Ferreira

Infidel Reich – “New World Outrage”

2021 – Raw Skullz Recordz

Esta capa é uma obra de arte que até poderia estar num quadro para causar um impacto superior. Ou à moda do metal, num vinil. Musicalmente o segundo álbum desta banda que junta músicos que passaram por entidades como Asphyx, Malignant, Acheron, Nocturnus e Soulburn (só para juntar alguns) é death metal bruto e com consciência social. Sem grandes vontades de reinventar o que não precisa de ser reinventado, é apenas porrada na lombada com riffs e solos a conduzir. Apesar de algum unidimensionalismo sobretudo na voz, é um álbum que impele ao movimento metálico. E por falar em voz, e em tom de nota final aparte, é curioso ver como Vincent Crowley tem feito nos últimos tempos coisas mais interessantes do que tudo aquilo que fez nos Acheron.

8/10
Fernando Ferreira

Alterizer – “The Conclusion Chapter”

2019/2021 – Vidar

Já manifestei muitas vezes quando encontro one-man bands fora do que aquilo que é comum, ou seja, fora do espectro do black metal. Os Alterizer começaram dessa forma e com objectivo de atingir uma sonoridade mais brutal dentro do death metal mas sem deixar para trás a vertente técnica. Este álbum, já lançado de forma independente no final de 2019 é agora editado pela Vidar Records é também onde Winfred Koster surge acompanhado pela primeira vez que faz com que este trabalho seja bem sólido e interessante para quem gosta da vertente mais técnica mas sem perder o contacto com a brutalidade ou até a melodia.

8/10 
Fernando Ferreira

Cryptae – “Decrepit Collection”

2021 – Sentient Ruin Laboratories

Compilação que junta os dois primeiros lançamentos dos enigmáticos Cryptae. Um deles, o EP “Vestigial” já analisámos nestas páginas e comparando com a demo auto-intitulada (que corresponde aqui ao lado A) é fácil notar na evolução da sua sonorida ainda que o princípio caótico se mantenha o mesmo. É uma forma inteligente de capitalizar o lançamento do álbum no ano passado sem apresentar nada de realmente novo. Para os coleccionadores da banda ou para quem estiver disposto a conhecer uma proposta de death metal que é tudo menos convencional.

6/10
Fernando Ferreira

Feed The Corpses To The Pigs – “This Insidious Horror”

2021 – Horror Pain Gore Productions

Quando não se fica impressionado com uma banda à primeira, essa conquista (se é que acontece) é sempre complicada. Ora com os Feed The Corpses To The Pigs é uma conquista renhida. Para cada ponto ganho, tem-se de seguida um ponto perdido. Ora se a capa é fantástica, já o nome da banda é caricato (ainda que bem representativo do som da banda). Se a produção é cheia e moderna mas não chegando a ser plástica, já a música em si não deixa de ser algo banal. Como é uma estreia, acreditamos que possa haver no futuro uma maior abertura da nossa parte aos seus encantos e talentos mas em “This Insidious Horror” o que se sente é que apesar de muitas piscadelas a elementos clássicos do death metal, a proposta nunca chega a arrancar bem da banalidade, servindo apenas para entusiasmar os fanáticos do género.

6/10
Fernando Ferreira

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