Review

WOM Reviews – Wildfire / Sagreveht / Perpetual Etude / The Rods / TwentyDarkSeven / Second Reign / Iliour Griften’s Heaven Denies / Beast In Black

WOM Reviews – Wildfire / Sagreveht / Perpetual Etude / The Rods / TwentyDarkSeven / Second Reign / Iliour Griften’s Heaven Denies / Beast In Black

Wildfire – “Wildfire”

2021 – Edição de Autor

Boa surpresa por parte desta banda grega. Heavy metal cheio de raça e a lembrar a tradição da década de oitenta, os bons e velhos tempos para o heavy metal. Sem saudosismos forçados e sem mostrarem ser o que não são. Uma pureza desarmante e também viciante. Sem dúvida que é um talento para o estilo vindo de um país que tem uma verdadeira paixão pelo estilo. Para os fãs de heavy metal, está aqui um talento em bruto ao qual deverão prestar muita atenção.

8.5/10
Fernando Ferreira

Sagreveht – “Thanatology”

2021 – Edição De Autor

Fantástica estreia deste projecto mexicano. Devo dizer que fico sobretudo impressionado por se tratar, ao que tudo indica, de um duo mexicano e que toca um heavy metal apaixonante e dinâmico. É mais uma vez a resposta à pergunta – “como poderá o heavy metal modernizar-se sem ao mesmo tempo sacrificar a sua identidade”. Digo mais uma vez porque felizmente pertence a uma série de bandas que conseguem ter o mesmo objectivo. Concretamente “Thanatology” é um daqueles trabalhos memoráveis que tanto consegue puxar do músculo sem desvirtuar como também apresentar a melodia sem adocicar. É o equilíbrio perfeito que sempre se procurou neste tipo de coisas. Ah e a cama é uma coisa de outro mundo que até merecia uma representação em vinil.

8.5/10
Fernando Ferreira

Perpetual Etude – “Now Is The Time”

2021 – Black Lodge

Estreia discográfica por parte de uma banda que, depois de ouvir a sua música, fica a ideia de que já andam nisto há décadas. Bem, tal até nem é injustificado já que temos aqui membros e ex-membros de bandas como Air Raid, NortTale e Shadowquest, apenas para citar algumas. O tom é bastante familiar, faz-nos pensar nas bandas mais comerciais como Europe, e até os nossos Tarântula (nalguns riffs e arranjos de temas), a Malmsteen. Apesar de não haver grande mistério em relação às suas influências, ainda é um trabalo que se ouve muito bem e com o ouvido certo para as melodias certas e clássicas. Não acrescenta nada nos dias de hoje? Talvez, mas hoje em dia, com este grau de desesperança e de divisão que vivemos, porque é que haveríamos de esperar encontrar isso na música. Como o título diz, este é o momento para marcar a posição, independentemente de termos atrás de nós mais ou menos multidões que anmtes. Até porque soa muito bem, não deveria só isso a importar?

8/10
Fernando Ferreira

The Rods – “Rock Hard”

1980/2021 – High Roller

Incrível como a música consegue envelhecer de uma maneira díspar. Uns anos atrás, ao ouvir esta clássica estreia por parte dos The Rods de certa que nos ia parecer datado, no entanto, hoje em dia, quando temos tantas bandas a recuperar o som clássico de outrora, “Rock Hard” soa perfeitamente actual. Além de que soar muito bem, com uma toada mais hard rock do que próxima do heavy metal. Esta é a banda também de David Feinstein, conhecido músico norte-americano e primo do lendário Ronnie James Dio, que tocaram juntos nos Elf. Boa recuperação de um álbum que continua a suster-se bem hoje em dia e a ter bastante impacto para quem gosta do som sagrado na sua forma mais pura.

8/10
Fernando Ferreira

TwentyDarkSeven – “Catch A Fire”

2021 – Metalopolis

Como poderão ler na review dos Tower, falava de como o heavy metal não tem a necessidade de se adaptar aos temos modernos para ser válido. No entanto isso não quer dizer que também quando se adapta e se apresenta modernizado tenha menos valor. Ou sequer que por se ter modernizado, abriu mão das suas características principais. Para quem não se lembra, os TwentyDarkSeven são um projecto composto por ex-membros de Brainstorm e Nazty Bullets e que tem como característica principal o músculo que até é mais comum encontrar no heavy metal norte-americano e não propriamente europeu. Seja como for, este trabalho tem nervo e tem raça e tem um bom impacto em todos os que gostam de heavy metal. Falta-lhe talvez um tema mais forte e memorável mas nada que impeçam as audições se sucederem.

7.5/10
Fernando Ferreira

Second Reign – “Gravity”

2021 – Massacre

”Gravity”, o álbum de estreia dos Second Reign demorou dezasseis meses a ser gravado. Tendo em conta o período que vivemos, é algo que não surprende. Principalmente quando a banda apenas queria lançar singles e depois decidiu trabalhar no seu primeiro álbum. A banda tinha cerca de trinta e escolheu trabalhar em pouco mais que metade. Devo dizer que as treze canções que aqui estão escolhidas são muito boas mas o número é algo exagero. Seria um álbum mais sólido com menos uma ou duas. Ainda assim, mão à palmatória, a qualidade dos temas em si é inegável, dentro do que se faz no panorama do heavy metal mais melódico a roçar o power metal. Poderá não se destacar para lá deste espectro mas de certeza que os fãs do género vão ficar satisfeitos por esta nova entidade suiça.

7/10 
Fernando Ferreira

Iliour Griften’s Heaven Denies – “The Essence Of Power Pt.”

2019/2021 – Elevate

Reedição do álbum de estreia dos italianos que pertencem à categoria do músico que usa o possessivo antes do nome da banda. Iliour Griten é o vocalista dos Clayorvant e a força motriz por traz destes Heaven Denies. O que pode revelar-se logo ironicamente já que é precisamente com a voz que eu tenho o maior problema destes temas. Isso e o facto dos mesmos serem demasiado genéricos. A voz sofre também desse mal já que faz lembrar toda e qualquer banda que iniciou carreira no final da década de noventa e gostava de power metal. O som também dá repentes dessa época. Para que se clarifique, não é má música e não é uma má voz. Apenas não tem nada que se destaque dentro do que se faz e, principalmente, do que já foi feito. Interessante sobretudo para os fãs de power metal.

6/10
Fernando Ferreira

Beast In Black – “Dark Connection”

2021 – Nuclear Blast

Perdi episódios de certeza. Então, os Beast In Black que eram a garantia de se ter power metal puro e duro para os fãs de Battle Beast, afinal descambaram. “Dark Connection” é o terceiro álbum da banda criada por Anton Kabanen e surge com um sabor pop que é tão doce que se torna tão amargo. Calma, continuamos a ter guitarras, continuamos a ter refrões grandiosos – embora, lá está, adocicados – e basicamente, mais ou menos a mesma estrutura. O que também temos é uma simplificação da secção rítmica que quase dispensavam baixista e baterista, bastava para isso ter uma máquina de ritmos – iria ter-se mais ou menos o mesmo resultado, uma batida arraçada de eurodance e com um sabor que depressa se torna intragável. O termo “azeite” muitas vezes é usado, de forma injusta em relação ao power e hard rock. Aqui não há injustiça. Aqui há lagares e lagares de azeite. Capazes de superar até a nossa quota de produção nacional. Esperemos que seja mesmo só acidente de percurso.

5/10
Fernando Ferreira

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.