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WOM Tops – Top 20 Power Metal Albums 2016

WOM Tops – Top 20 Power Metal Albums 2016

Sempre vimos o Power Metal como uma extensão natural do heavy metal. Seja por ser mais melódico, seja pela vertente neoclássica/sinfónica/progressiva, seja por ser mais festivo ou até mesmo por ser mais pesado. Pequenas diferenças do heavy metal mas que nunca o colocaram muito longe do estilo pai. Claro que há muitas formas de ver este género, afinal o mesmo surgiu como uma forma de distinguir as bandas que usavam temas de fantasia para ilustrar as suas músicas. Ronnie James Dio (pelos conceitos e letras), Thor (pelo visual de Conan), Judas Priest (pela voz de Rob Halford pelo duplo ataque das guitarras), Iron Maiden (pelas harmonias entre as duas guitarras), Accept (pelo uso e adaptação de música clássica no seu som), Ricthie Blackmore (tanto nos Deep Purple mas principalmente nos Rainbow pela influência neoclássica) são algumas das principais raízes do género, com elementos que se viriam a formar em bandas como Helloween, Running Wild, Manowar e Virgin Steele. Vamos passear então pelo fantástico mundo do power metal. Cuidado com os dragões.

20 – FARSEER – “FALL BEFORE THE DAWN”

Edição de Autor

Com o mundo da música transfigurado do que era poucos anos atrás, é possível termos lançamentos fantásticos, lançados em edição de autor. Como o álbum de estreia dos escoceses Farseer. Power metal tipicamente europeu mas bem zangado. E o que poderá haver melhor que power metal europeu zangado? A resposta poderá ser difícil de encontrar logo à primeira porque não é algo comum de nos depararmos e é precisamente por isso que ficámos bem agarrados a “Fall Before The Dawn”.

Fernando Ferreira

19 – THEOCRACY – “GHOST SHIP”

 Ulterium Records

Para quem acha que o metal tradicional morreu nos Estados Unidos há já muito tempo, então é porque tem andado a ouvir a música errada. Os Theocracy são uma banda batalhadora de power metal que começou como uma one-man-band e que em 2016 lançaram o seu quarto álbum. “Ghost Ship” mostra que a banda evoluiu consideravelmente desde o último álbum de originais, lançado cinco anos antes. Músicas sólidas e o equilíbrio que se espera entre a melodia contagiante e o peso do heavy metal, tendo como resultado um conjunto dinâmico.

Fernando Ferreira

18 – WOLF HOFFMANN – HEADBANGERS SYMPHONY

Nuclear Blast

Esta não é uma escolha fácil de ser compreensível, afinal Wolf Hoffmann é guitarrista dos Accept, que embora tenham tido uma enorme influência no power metal (principalmente no Alemão) são heavy metal. Além disso, o guitarrista a solo não toca particularmente power metal. Então porquê incluir este seu segundo álbum a solo aqui? Simples. Quando Wolf começa a tocar guitarra a magia faz-se e foi magia como essa que inspirou e ainda inspira o power metal como estilo, principalmente quando a música clássica é chamada para actuar. É o que temos aqui, música clássica versão metal. Razões mais que suficientes.

Fernando Ferreira

17 – RUNNING WILD – “RAPID FORAY”

Steamhammer

Os Running Wild são indiscutivelmente um dos nomes grandes do power metal teutónico mesmo que tenham decaído de qualidade (e de popularidade) nos últimos anos da sua anterior encarnação. Felizmente esses dias parecem estar no passado, já que “Rapid Foray”, o terceiro álbum desde que regressaram em 2011, mostra-nos muitas das características da banda que nos fascinou na década de oitenta. Apesar de não ser um álbum perfeito, nem ser um que rivalize com obras como “Port Royal” ou “Under Jolly Roger”, mostra-nos que Rolf Kasparek está no bom caminho.

Fernando Ferreira

16 – KROSSFIRE – “SHADES OF DARKNESS”

Pure Steel Records

A Bulgária poderá ser um destino exótico para sem encontrar bandas de power metal (ou de qualquer subgénero, já agora) no entanto os Krossfire demonstram uma maturidade impressionante com este segundo álbum, apresentando uma verdadeira colecção de temas de power metal progressivo. Verdadeiras colecções e não apenas uma demonstração gratuita das suas capacidades técnicas. Um daqueles trabalhos que poderão passar despercebidos a não ser para os mais atentos. Ainda bem que estamos atentos.

Fernando Ferreira

15 – GLORYFUL – “END OF THE NIGHT”

Massacre Records

E ao terceiro álbum, os também alemães Gloryful demonstram que apesar de ainda não serem reconhecidos como uma força maior do género, talento para chegar lá não lhes falta. Com uma base bastante forte no heavy metal, os Gloryful apresentam um trabalho dinâmico com temas épicos ao lado de outros mais imediatos que encaixam perfeitamente no conceito do trabalho, conceito esse que já vem de trás, do segundo álbum.

Fernando Ferreira

14 – THORNBRIDGE – “WHAT WILL PREVAIL”

Massacre Records

Por esta altura do campeonato não deixamos de ficar surpreendidos por ainda surgirem bandas novas vindas da Alemanha a tocar power metal. Com a quantidade de bandas que há por lá do género, é de pensar que já não existissem mais senhas. Ok, os Thornbridge não são propriamente uma banda nova mas este é o seu álbum de estreia e tem tudo aquilo que qualquer fã de power metal aprecia: grandes guitarradas, potência para dar sentido ao termo “power”, grandes refrães e virtuosismo à pazada. Grande estreia!

Fernando Ferreira

13 – FREEDOM CALL – “MASTER OF LIGHT”

Steamhammer

Ok , a capa é algo… má mas uma coisa que os Freedom Call nos ensinaram foi a passar por cima daquilo que achamos foleiro. Afinal a sua música tem uma dose tão elevada de tiques de euromusic que se houvesse contadores geiger para o efeito, disparavam sempre colocássemos qualquer álbum da banda alemã. Independentemente disso, o poder metálico da banda continua indiscutivelmente forte, assim como a sua capacidade para fazerem malhas contagiantes e marcantes de power metal. “Master Of Light” não foge à regra, com as habituais músicas que professam o amor ao heavy metal, grandes refrães e uma excelente produção.

Fernando Ferreira

12 – RAGE – “THE DEVIL STRIKES AGAIN”

Nuclear Blast

Ficámos em choque quando soubemos que Peter “Peavy” Wagner tinha ficado mais uma vez sozinho. Depois de em 1999, aquando da gravação de “Ghosts”, ter sido abandonado pelos seus companheiros de banda, Peavy foi salvo por Vitor Smolski, talentoso guitarrista russo que acabou por ficar na banda por mais de dez anos. Depois foi a vez de Smolski sair e tememos pelo futuro dos Rage. Bem sabemos que os Rage são Peavy e que Peavy é a personificação da banda, mas é inegável o contributo do músico russo no tempo em que esteve na banda, com uma capacidade para combinar músicas bem catchy com acrobacias de guitarra do outro mundo. The Devil Strikes Again” é então o início de uma nova fase para os Rage, uma em que os vemos a voltarem à simplicidade do início da carreira onde o seu power metal estava bem próximo do thrash. Não vamos dizer que esta fase é melhor que a anterior, afinal somos fãs de som complexo, de acrobacias de guitarras e do sentido mais progressivo e até neo-clássico que o seu som tinha. No entanto, este trabalho surpreende por não ser o desastre que se espera. É, pelo menos assim sentimos, uma bela introdução para aquilo que aí vem

Fernando Ferreira

11 – DARK FOREST – “BEYOND THE VEIL”

Cruz Del Sur Music

Continuamos com uma banda que foi uma revelação para nós. Os Dark Forest chegam ao quarto álbum com “Beyond The Veil” e mostram-nos o porquê de termos sido apanhados desprevenidos: estávamos a olhar para o sítio errado! Tanto tempo a ouvir power metal da Alemanha que ficamos surpreendidos quando ele nos chega do Reino Unido. É uma boa teoria ou desculpa, mas infelizmente não corresponde à verdade. Passou-nos ao lado como tanta coisa boa da vida. Nada dura para sempre, nem as palas nos olhos. Temos cavalgadas à la Maiden e aquele toque folk de classe de uns Falconer e dos saudosos Skyclad. Resultado: um excelente e surpreendente álbum de power metal.

Fernando Ferreira

10 – CRYSTAL BALL – “DÉJÀ-VOODOO“

Massacre Records

Tal como os Freedom Call, os Crystal Ball foram uma das bandas que surgiram na nova fornada de bandas de power metal europeu no final da década de noventa e que conquistaram a pulso o seu lugar nos patamares cimeiros do género. “Déjá-Voodoo” até poderá ser algo mais melódico do que aquilo que estamos habituados quando o assunto é power metal, mas a qualidade, essa, é aquela a que já se está habituado. Sem estar interessados propriamente em fazer novos amigos, os suiços fazem aquilo que melhor sabem fazer. E continuam a fazê-lo bem.

Fernando Ferreira

9 – CHARRED WALLS OF THE DAMNED – “CREATURES WATCHING OVER THE DEAD”

Metal Blade Records

Somos fãs de Richard Christy. Não só por ter sido o último baterista a trabalhar com Chuck Schuldiner mas principalmente por ser um baterista fenomenal. E quando se junta a nomes como Steve DiGiorgio, Tim “Ripper Owens” e a Jason Suecof, esse é um evento que não podemos perder. A banda poderá ter passado um pouco abaixo do radar com críticas pouco favoráveis com os seus dois álbuns anteriores, mas o terceiro álbum (lançado após cinco anos de silêncio) é uma lição do porquê do heavy metal norte-americano chamar-se power. Grandes malhas, grandes músicos, grande voz.

Fernando Ferreira

8 – HOLY GRAIL – “TIMES OF PRIDE AND PERIL”

Prosthetic Records

Por falar em power metal norte-americano… e os Holy Grail? Ao terceiro álbum (o tal), a banda californiana lançou provavelmente o seu melhor trabalho. Com um som que tem muito do heavy metal tradicional da década de oitenta e que beneficia de uma produção moderna, “Times Of Pride And Peril” é a maior prova de como o metal continua a evoluir em que para isso tenha que renegar as suas raízes: duplo ataque de guitarras, bateria e baixo sólidos e, claro, a voz característica de John Paul Luna. Se não fosse tão redutor, poderíamos dizer que os Holy Grail são os Striker dos E.U.A.

Fernando Ferreira

7 – MOB RULES – “TALES FROM BEYOND”

Prosthetic Records

A terceira banda desta lista que surgiu na fornada do final da década de noventa. Não existem dúvidas de que esse momento foi excepcional para o power metal. Uma fome que deu em fartura que acabou por estrangular o género. Apesar de inicialmente pensarmos que não iria ter grande sucesso, a banda alemã conseguiu manter um regularidade qualitativa muito acima da média, mesmo que não tenha conseguido ascender ao topo do género. “Tales From Beyond” não quebra o ritmo e foi uma das grandes propostas de power metal do ano.

Fernando Ferreira

6 – SERIOUS BLACK –“ MIRRORWORLD”

AFM Records

O que é que se tem quando se junta no mesmo espaço membros e ex-membros de Tad Morose, Edenbridge, Pyramaze, Rhapsody (as duas facções), Firewind e tantas outras bandas? Power metal de qualidade como não poderia deixar de ser. Neste segundo trabalho, Roland Grapow já não faz parte e o som mais AOR tornase em algo mais pesado embora a identidade do grupo não esteja propriamente em perigo. Imeditado, directo ao assunto e apenas com uma falha: é curto demais. Quase de uma forma criminosa. Fora isso, venham mais!rock que é bem sólido.

Fernando Ferreira

5 – CIVIL WAR – “THE LAST FULL MEASURE”

Napalm Records

A história dos Civil War é engraçada. Talvez não seja engraçada para os Sabaton, mas é no mínimo curiosa. A banda é composta por exmembros que subitamente abandonaram os Sabaton e resolveram criar uma nova banda. Não vamos agora aos detalhes do que se passou. Vamos só dizer que quem ficou a ganhar foram os fãs porque assim ficaram com duas excelentes bandas de power metal. A questão é que, no que diz respeito a 2016, os Civil War deram quinze a zero aos Sabaton. “The Last Full Measure” continua com a temática histórica (tal como os Sabaton) com a particularidade de ser um álbum sem fillers e que os evidencia como capazes de destronar os Sabaton.

Fernando Ferreira

4 – ALMANAC – “TSAR”

Nuclear Blast

Por falar em Vitor Smolski, o músico russo não pendurou as botas. Pelo contrário. Depois de uma ligeira confusão acerca de quem ficava com os destinos da Lingua Mortiis Orchestra – projecto que dividia com Peavy – Smolski decidiu criar Almanac, que é a continuação lógica dos LMO. Se em relação aos Rage, tínhamos dúvidas em relação o futuro, com os Almanac não foi bem assim. Já tínhamos a certeza de que seria um projecto de qualidade, afinal já tínhamos mais que provas dadas do seu talento. E assim é, “Tsar”, é um álbum de power metal sinfónico, conceptual e com todas aquelas características que nos fizeram gostar de Rage no últimos quinze anos, ou seja, um excelente álbum!

Fernando Ferreira

3 – HELSTAR – “VAMPIRO”

Ellefson Music Productions

Nome clássico do heavy/power/speed metal norte-americano, Helstar. A banda existe desde o início da década de oitenta e embora tivesse atravessado um período de inércia na década de noventa, voltou com tudo no final da primeira década do presente século. “Vampiro”, lançado pela editora de David Ellefson, baixista dos Megadeth, é o continuar do conceito do seu álbum clássico “Nosferatu”. Não podemos dizer que o consiga superar ou igualar porque é uma obra algo diferente, principalmente no que diz respeito à produção, pouco orgânica – quanto a nós o seu grande defeito. No entanto, este é um dos melhores trabalhos da banda em mais de vinte anos e sem dúvida que foi uma das propostas de topo do departamento norteamericano em 2016.

Fernando Ferreira

2 – RHAPSODY OF FIRE – “INTO THE LEGEND”

AFM Records

Desde que os Rhapsody Of Fire assinaram pela Magic Circle Music, a editora dos Manowar cujo responsável é Joey DeMaio, que a banda italiana entrou numa maré de instabilidade misto com azar. Primeiro tiveram que mudar de nome depois foi o conflito com a própria editora que os impediu de lançar o quer que seja enquanto a questão não foi resolvida, sem falar da cisão que resultou em duas bandas com a saída de Luca Turilli e terminando com a saída de Fabio Lione. E apesar de tudo isto, a banda foi lançando álbum excelente atrás de álbum excelente, algo que se pode aplicar a “Into The Legend”, o último trabalho com Fabio Lione na voz. Rhapsody Of Fire criou um género que muitas vezes pareceu um beco sem sáida criativo, no entanto isso nunca foi um verdadeiro problema no passado, e neste trabalho também não.

Fernando Ferreira

1 – STRIKER – “STAND IN THE FIRE”

Edição de Autor

Os Striker foram uma das grandes revelações de 2016, embora se possa dizer que já são veteranos. A banda mistura power metal com hard rock e heavy metal e resulta tudo em bom divertimento metálico, que é o que não falta no quarto álbum desta banda canadiana. É verdade, quarto álbum e ninguém deu conta que eles existiam. Bem, pelo menos nós não demos conta. De qualquer forma, agora já não nos escapam e podem contar com o seu quinto álbum na lista do próximo ano. Já o ouvimos e estamos viciados!

Fernando Ferreira

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